Projeto Reviv promove capacitação para equipes multidisciplinares da Rede de Apoio às Vítimas de Violência
Projeto Reviv promove capacitação para equipes multidisciplinares da Rede de Apoio às Vítimas de Violência
06/12/2022 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio do Centro de Apoio Operacional à Atuação Criminal (CAO Criminal), em parceria com as Secretarias de Justiça e Direitos Humanos, de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude e de Saúde de Pernambuco, realizou três oficinas temáticas do Projeto Reviv (Rede de Apoio às Vítimas de Violência), nos dias 29 e 30 de novembro e 2 de dezembro de 2022. Os encontros tiveram como objetivo capacitar equipes multidisciplinares municipais que integram o projeto, formadas por psicólogos, assistentes sociais e profissionais da Saúde, além de profissionais do MPPE.
“Todos que participaram deste treinamento inicial são de uma importância extraordinária, pois vão dar um norte de como será o programa. O resultado que teremos mais na frente será fruto do que estamos plantando agora“, destacou o promotor de Justiça e coordenador do CAO Criminal, Antônio Augusto de Arroxelas Macedo Filho. Segundo ele, “o projeto terá uma dimensão bem maior, não só em Pernambuco, mas em nível nacional, pois é uma necessidade, um sonho dos promotores de Justiça que trabalham na área criminal”, disse.
“O Reviv, como toda rede, só terá sucesso se nos dermos as mãos, se nos capacitarmos conjuntamente, se falarmos a mesma linguagem e se tivermos todos um diálogo igualitário. Estamos todos no mesmo nível, porque só assim conseguiremos fazer um efetivo trabalho em rede”, pontuou a promotora de Justiça e coordenadora do Projeto Reviv, Ângela Cruz, reforçando que o projeto é pioneiro na implementação de uma rede de atendimento às vítimas de crimes violentos no país.
“O Reviv é um projeto relevante que envolve todos nós que estamos nas políticas públicas em uma atuação intersetorial. Quem participou das oficinas, com certeza, teve um ganho importante, de entender como podemos estar atuando em rede, nessas três áreas que são prioritárias para esse público”, comentou a diretora da Escola de Saúde Pública de Pernambuco, Célia Borges. “Uma oportunidade ímpar de estarmos formalizando essa rede”, ressaltou a coordenadora do CEAV, Luzia Cristina da Silva Dutra.
No primeiro encontro, realizado no dia 29 de novembro, o advogado Fábio Calabrese e a assistente social Andreia Cabral, ambos da equipe do CEAV/PE, fizeram uma apresentação sobre o Centro Estadual de Apoio às Vítimas de Violência. O programa, que integra o Sistema Estadual de Proteção à Pessoa (SEPP), por intermédio da SJDH, executado pela Secretaria Executiva de Direitos Humanos (SEDH), busca garantir visibilidade às vítimas indiretas dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), além de fortalecer uma atuação conjunta da segurança pública com instituições ligadas aos direitos humanos. Na ocasião, foram abordadas as linhas de atuação, fluxograma e os principais impactos do programa.
Já no dia 30, foi realizada uma apresentação pela técnica da Gerência de Proteção Social Especial de Média Complexidade, Carla Caminha, da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, na qual foram abordados os temas: “Assistência Social como Política Pública” e “A Proteção Social e a relação do SUAS com o Sistema de Justiça”.
Por fim, no dia 2 de dezembro, representantes da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco encerraram o ciclo de oficinas abordando os temas: “A organização dos níveis de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS)”; “Pontos e componentes de Atenção da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)”; “Equipamentos da Rede de Saúde do Estado de Pernambuco”; “Serviços de referência às pessoas em situação de violência sexual”; “Fluxos de notificação”; “Atenção à saúde da população negra”; “Perfil dos serviços de saúde LGBT do Estado de Pernambuco”; entre outros.
Programação - Nos dias 4 e 5 de outubro, membros, servidores, assessores e auxiliares administrativos do MPPE, além de delegados da Polícia Civil de Pernambuco, participaram da primeira capacitação do Projeto, recebendo informações e novas formas de olhar sobre grupos vulneráveis da sociedade, como acolhê-los, entendê-los e, sobretudo, como bem atendê-los na hora em que uma vítima chega fragilizada para buscar ajuda e fazer a denúncia.
Concluídas as capacitações voltadas para as equipes multidisciplinares municipais, a próxima etapa será a implementação do objetivo do projeto: atendimento em rede das vítimas de crimes violentos e seus familiares.
Sobre - O Reviv é um projeto de abrangência estadual, interinstitucional e intersetorial que visa propiciar o atendimento e acolhimento humanizados às vítimas de crimes violentos e seus dependentes, mediante capacitações dos atores e criação de rede estadual e municipal de atendimento e assistência.
De acordo com a promotora Ângela Cruz, a ideia do projeto surgiu quando os integrantes da Promotoria do Júri da Capital se deparavam com as vítimas de violência, seus parentes ou dependentes procurando-os na Promotoria por não terem a quem recorrer. “Eram pessoas ameaçadas, de baixa renda, carentes, que precisavam do anteparo do Estado, que chegavam e nós podíamos fazer muito pouco, a não ser àquelas que podiam ser colocadas em programas de assistência. E começamos a nos angustiar com isso”, relatou.
Foi buscando um modo de dar assistência para essas vítimas que foi feito o primeiro contato com a Central Especializada de Atendimento às Vítimas de Crimes Violentos (CEAV) da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH). “Eles fazem busca ativa, vão a cemitérios, IML e hospitais procurando vítimas, a fim de acolhê-las e dar a assistência que necessitam, seja psicoterápica, jurídica, ou mesmo encaminhar para programas de assistência social ou de saúde já existentes, para dar esse respaldo: você não está sozinho”, explicou a promotora. A partir daí, foi criada uma parceria, a fim de replicar a experiência em todo o Estado de Pernambuco.
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Municípios firmam TACs perante o MPPE para garantir ordenamento e segurança das festas juninas
12/06/2025 - Com o objetivo de garantir que os festejos juninos ocorram com organização, segurança e respeito às normas legais, as prefeituras de Arcoverde, Betânia, Goiana e Gravatá, firmaram Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) perante o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Cada TAC reflete a realidade local, mas há diversas obrigações semelhantes, que visam preservar o patrimônio público, coibir irregularidades, proteger crianças e adolescentes, além de evitar danos ao meio ambiente e garantir o sossego público.
Entre os pontos comuns a todos os TACs, destacam-se o controle rigoroso do horário de encerramento dos eventos, geralmente limitados até as 2h ou, no máximo, 3h da manhã, com tolerância de até 30 minutos para dispersão do público. Após esse período, fica proibido o uso de som em bares, restaurantes, veículos ou equipamentos particulares.
A proibição da venda de bebidas em recipientes de vidro e a obrigatoriedade do uso de copos descartáveis também são exigências recorrentes, motivadas por questões de segurança. Da mesma forma, todos os municípios se comprometeram a oferecer banheiros químicos suficientes, garantir o atendimento médico de emergência com ambulância no local e disponibilizar, durante os dias de festas, estrutura para a atuação das polícias Militar (PMPE) e Civil (PCPE); Corpo de Bombeiros (CBM-PE) e Conselho Tutelar.
A presença do Conselho Tutelar nos polos de animação, atuando em regime de plantão e fiscalizando a venda de bebidas a menores de idade, é outra diretriz comum. O MPPE também estipulou multas para o descumprimento das cláusulas dos TACs, com valores que variam entre R$ 20 mil e R$ 100 mil por infração, além da possibilidade de suspensão ou interdição de eventos, em caso de irregularidades graves.
Em Arcoverde, o TAC é um dos mais amplos. Prevê reuniões obrigatórias com comerciantes, cadastro e fiscalização dos "flanelinhas", estrutura própria para o Conselho Tutelar no pátio principal e um centro integrado de monitoramento durante o evento. A prefeitura ainda se comprometeu a escalar brigadistas civis e atender exigências do CBM-PE quanto a rotas de fuga, sinalização e prevenção de incêndios. Também está proibida a entrada de mesas e cadeiras no pátio de eventos.
Na cidade de Gravatá, o TAC firmado para os festejos juninos envolve um número expressivo de compromissários, incluindo associações de comerciantes, Neoenergia, Compesa, Guarda Municipal e bombeiros civis. Foram definidas datas e horários específicos para início e encerramento de cada noite de evento, com obrigação de a prefeitura fornecer corredor de segurança com 1,5 metro de largura e proibir totalmente a presença de "paredões". A estrutura de segurança, saúde e higiene recebeu atenção especial, com regras minuciosas para inspeções, sinalização, substituição de recipientes de vidro na entrada dos locais de eventos e atuação preventiva nos arredores. A multa por descumprimento é de R$ 35 mil, podendo dobrar em caso de reincidência.
Em Goiana, a grande preocupação foi evitar abusos em eventos privados nas vias públicas e reforçar o controle do som fora do horário permitido. A cidade adotou regras rígidas quanto à fiscalização dos ambulantes e à exigência de que espetinhos e objetos perfurantes não sejam comercializados. A prefeitura também se comprometeu a garantir a presença mínima de 40 banheiros públicos móveis, aumentando para 70 em dias de maior público, e a divulgar amplamente o TAC nas rádios locais e redes sociais.
No município de Betânia, com apoio das 1ª e 2ª Promotorias de Justiça de Custódia, as regras são similares às de outras cidades, mas com destaque para o planejamento prévio: os palcos devem ser montados com pelo menos 48 horas de antecedência para viabilizar a vistoria do CBM-PE. A prefeitura deverá estudar formas de implementar um sistema de controle físico de acesso para o próximo ano. O município também deve garantir extintores de incêndio, saídas de emergência nas barracas e controle de lotação, além de realizar campanhas educativas com comerciantes.
CAO Saúde promove seminário para qualificação de agentes de acolhimento da macrorregião do Sertão
12/06/2025 - O Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAO Saúde), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), realizou na manhã desta quarta-feira (11/6) o Seminário de Formação de Agentes de Acolhimento da III Macrorregião. O evento, referente ao II Componente do Projeto "Saúde Mental, Não Faça disso um Bicho de 7 Cabeças", ocorreu no auditório do Centro Universitário FIS - UniFIS (Rua João Luiz de Melo nº 2.110 - Tancredo Neves), em Serra Talhada.
O seminário contou com 17 participantes, representantes dos municípios integrantes da III Macrorregião: Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Buíque, Carnaíba, Custódia, Flores, Floresta, Ibimirim, Inajá, Itapetim, Pedra, Petrolândia, São José do Belmonte, São José do Egito, Serra Talhada, Sertânia, Tabira, Triunfo, Tuparetama e Venturosa, além de representantes das VI, X e XI Regionais de Saúde (GERES).
Estiveram na mesa de abertura do evento, promovido em parceria com a Gerência de Atenção à Saúde Mental do Estado (GASAM–SES/PE), o Promotor de Justiça do MPPE, Carlênio Mário Lima Brandão; o Analista em Medicina Psiquiátrica do CAO Saúde, Marcos Creder; e a Gerente da GASAM/SES, Juliana Lucena. Logo após a abertura, ocorreram a palestra "A Rede de Atenção Psicossocial e a materialização do cuidado em liberdade", uma oficina de qualificação dos agentes de acolhimento e apresentação dos grupos de trabalho entre os agentes.
A ação teve como objetivo formar e qualificar integrantes do MPPE para o adequado atendimento às pessoas que procuram a instituição com sinais e sintomas de sofrimento psíquico. Ainda será realizado outro seminário dentro do II Componente do Projeto: na Macrorregião de Petrolina, no dia 23 de julho de 2025.
MPPE recomenda à Compesa fornecimento emergencial por caminhões-pipa
12/06/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Caruaru, recomendações à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) para o abastecimento de água potável nos Sítios de Taquara de São Pedro, Tapuia e Serra Verde, na zona rural do município. As medidas visam garantir o acesso regular à água potável para comunidades rurais de Caruaru, que enfrentam dificuldades históricas de abastecimento.
No caso do Sítio Taquara de São Pedro, a recomendação prevê a instalação de um ponto de atendimento específico na loja da concessionária de água da cidade, com objetivo de cadastrar moradores da localidade. A partir desse cadastro, será iniciado o fornecimento de água potável por caminhões-pipa, com tarifas reduzidas, por meio de tarifa social ou tarifa vulnerável, aplicadas conforme critérios de renda e vulnerabilidade. O prazo para que as medidas sejam efetivadas é de 60 dias, sem possibilidade de prorrogação.
Já nas comunidades dos Sítios Tapuia e Serra Verde, a recomendação estabelece a manutenção de dois chafarizes públicos com abastecimento semanal via caminhões-pipa, até que seja concluída a implantação do sistema definitivo de abastecimento de água. Além disso, a concessionária deverá enviar, em até 15 dias, um cronograma detalhado à Promotoria de Justiça, contendo informações como a data da licitação, início das obras da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Serra Verde, etapas intermediárias, prazo para conclusão, responsáveis técnicos e origem dos recursos.
Nos Sítios Tapuia e Serra Verde, ainda deverá ser realizada uma campanha pública de cadastramento de usuários, com ampla divulgação dos critérios para acesso às tarifas sociais, documentos necessários e locais de atendimento.
As recomendações, de autoria da Promotora Sophia Wolfovitch, podem ser consultadas na edição do Diário Oficial Eletrônico (DOE) do MPPE, do dia 26 de maio de 2025.

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