MESTRADO FIOCRUZ

Seminário discute atuação do Ministério Público no movimento de reforma psiquiátrica

Fotografia de palestrantes do evento em frente ao público
A concepção do seminário, organização e estruturação foi um trabalho em conjunto das promotoras Maria José Mendonça de Holanda Queiroz e Soraya Cristina dos Santos Dutra de Macêdo sob a orientação da professora Naide Valois

 

31/072/204 - A reforma psiquiátrica foi tema de evento realizado na última quinta-feira (25), no auditório da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), na Rua do Sol nº 143, 5º andar; Santo Antônio - Recife.  

"A atuação do Ministério Público no movimento de reforma psiquiátrica brasileira" é o produto técnico do mestrado em Saúde Pública da Fiocruz/MPPE, organizado pelas mestrandas e Promotoras de Justiça Maria José Mendonça de Holanda Queiroz e Soraya Cristina dos Santos Dutra de Macêdo. 

Ambas tiveram como tema da dissertação a saúde mental e contaram com o apoio da mesma orientadora, Naide Valois. A concepção do seminário, organização e estruturação foi um trabalho em conjunto das promotoras Maria José e Soraya Cristina sob a orientação da professora Naide Valois. 

O seminário, que contou com o apoio da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), teve o objetivo de refletir sobre os desafios de uma abordagem conjunta (MPPE e Rede de Saúde Mental) para o atendimento das pessoas em sofrimento psíquico e usuários de álcool e outras drogas que chegam às Promotorias de Justiça. 

EVENTO - O evento ocorreu no formato híbrido e contou com 190 participantes: 40 de forma presencial, no auditório da ESMP, e 150 acompanharam de forma remota, com transmissão ao vivo via Google Meet. Foram realizadas três palestras (duas das quais, das mestrandas) e um painel, seguidos de sessões de perguntas, tendo como mediadora a Promotora de Justiça com atuação na área de Saúde, Alice Morais. 

"O seminário foi de extrema importância para apresentarmos os temas da nossa dissertação ao Ministério Público, comunidade acadêmica movimentos sociais e aos profissionais de saúde. O Ministério Público para atuar no campo da saúde mental tem que se apropriar dos principais pressupostos trazidos pela Reforma Psiquiátrica e se articular com a Rede de Saúde Mental. No sistema de saúde, como agente transformador da política de saúde mental, o MPPE atua na garantia do cuidado em liberdade, possibilitando que a pessoa em sofrimento psíquico possa acessar os equipamentos de saúde com integralidade. Daí a importância desse seminário, que contou com a participação dos vários setores da sociedade, possibilitando o diálogo entre a população, profissionais de saúde e o sistema de justiça", explicou a mestranda e Promotora de Justiça, Maria José Mendonça de Holanda Queiroz.

Para a mestranda e Promotora de Justiça, Soraya Cristina dos Santos Dutra de Macêdo, o evento foi uma excelente oportunidade para debater sobre a atuação do MPPE nos casos que envolvem a garantia do direito à saúde dos usuários. "Entendo que o Ministério Público assume papel fundamental na articulação da rede, isto é, entre os pontos de atenção à saúde, os quais devem trabalhar de forma integrada, através de uma abordagem plural, interdisciplinar, no sentido de promover a atenção integral e o cuidado em liberdade, permitindo ao usuário de álcool e outras drogas o fortalecimento das suas relações sociais e sua autonomia, dentro da comunidade". Segundo ela, o MPPE "precisa se apoderar desse movimento, atuar em conformidade com seus princípios e diretrizes, evitando práticas de institucionalização e, consequentemente, a violação dos direitos humanos deste público".

APRESENTAÇÕES - A palestra "A desinstitucionalização dentro do processo de reforma psiquiátrica" foi ministrada pela Promotora de Justiça e mestranda em Saúde Pública (Fiocruz) Maria José Mendonça de Holanda Queiroz. Entre outras, ela fez uma abordagem sobre os objetivos da reforma e a implementação de políticas públicas para a desinstitucionalização da reforma. "A reforma psiquiátrica é um processo contínuo, um desafio de todos os dias; e o Ministério Público é protagonista dessa luta e um dos maiores aliados da reforma", afirmou.

Já a mestranda em Saúde Pública (Fiocruz) e Promotora de Justiça Soraya Cristina dos Santos Dutra de Macêdo fez palestra sobre "A importância do diálogo permanente entre os equipamentos da RAPS e o MP como elemento essencial da rede". Durante a sua apresentação, ela disse que, dentro da reforma psiquiátrica brasileira, o MPPE tem um papel fundamental. "Ele sai da condição de órgão fiscalizador para órgão articulador no trabalho entre os equipamentos da rede de atendimento psicossocial dentro do município e do território", ressaltou. 

O Assessor Técnico da Gerência de Atenção à Saúde Mental (GASAM-PE) da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Danilo Lins Gonçalves, falou do "Panorama da estruturação da RAPS no Estado de Pernambuco frente ao processo de desinstitucionalização (fechamento de hospitais psiquiátricos e do HCTP)". Em seguida ocorreu o painel "Redução de danos: abordagens governamental e dos movimentos sociais", que teve como expositores a Diretora Geral de Políticas Estratégicas (DGPE) da SES, Alda Roberta Campos, e o psicólogo e representante dos movimentos sociais, Rafael West. Fizeram uma abordagem sobre atividades realizadas para mitigar danos relacionados às prática que causam danos aos consumidores de álcool e outras drogas.

De acordo com a Promotora de Justiça Carolina Moura, que participou de forma online na abertura do seminário e representou a ESMP, a Procuradoria Geral de Justiça e a Escola Superior do Ministério Público são os maiores entusiastas da integração do MPPE com a academia, diante da necessidade de aperfeiçoamento dos seus membros e servidores. "Esse seminário é importante, pois discute um tema de extrema relevância para a sociedade", resumiu. 

O diretor da ESMP, Promotor de Justiça Frederico José Santos de Oliveira, ressaltou que o seminário e a publicação das dissertações "são a culminância de anos de estudos, pesquisas e dedicação; a competência e conhecimento adquiridos durante o processo de aprendizado e também o potencial de contribuir de forma significativa para a sociedade e o nosso trabalho (MPPE) perante a sociedade. Na área de saúde, esse impacto é ainda mais evidente, porque pode gerar tanto políticas públicas quanto práticas clínicas e, em última análise, aperfeiçoar e ampliar a qualidade de vida das pessoas. Ao tornar o resultado das pesquisas acessível ao público as mestras enriquecem a base de conhecimentos existentes e também promovem transparência, inovação e continuidade do estudo científico", disse.    

Por sua vez a Promotora de Justiça e Coordenadora do CAO Saúde, Helena Capela, que compôs a mesa de abertura do seminário, pontuou a relevância do tema abordado e destacou o Programa “Saúde Mental: Não faça disso um bicho de 7 cabeças”, desenvolvido pelo CAO Saúde. “Em levantamento realizado no ano passado sobre as principais demandas que chegam ao CAO Saúde, o tema Saúde Mental apareceu como principal, representando 60% das demandas recebidas pela nossa equipe. Diante dessa situação, foi desenvolvido esse projeto que visa promover a ampliação e o fortalecimento da RAPS em Pernambuco. O Projeto é dividido em três componentes, sendo o terceiro referente ao tema específico deste seminário, pois trata da fiscalização   das unidades de saúde que realizam internação involuntária, objetivando garantir a observância da Lei 10.2016/01".

Confira a matéria na TV MPPE:

 

 

Últimas Notícias


TECNOLOGIA
MPPE lança aplicativo para membros e demais servidores


07/10/2024 - Membros e demais servidores do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) podem a partir desta segunda-feira (7), acessar pelo celular a carteira funcional digital, conferir o contracheque, consultar citações ao seu nome no Diário Oficial e se informar com notícias da instituição. Tudo isso por meio do MPPE App. O aplicativo está disponível no momento para sistema Android. Em breve também será liberado para usuários do sistema operacional iOS.

“O objetivo é melhorar a comunicação interna e facilitar a consulta dos membros e  servidores a dados internos que dizem respeito a ele”, explica o Procurador-Geral de Justiça, Marcos Carvalho. É mais um produto das inovações que estão incorporadas à rotina da instituição. Uma campanha criada pela Assessoria Ministerial de Comunicação Social do MPPE está divulgando e orientando o uso do MPPE APP, com o slogan “Muito + simples”.

ACESSO - Desenvolvida pela equipe de Tecnologia da Informação do MPPE, a ferramenta passou por testes nos últimos meses, recebendo correções e validação. Para ter acesso, baixe o MPPE App na Google Play Store (só Android): https://play.google.com/store/apps/details?id=br.mp.mppe.mobile. Será necessário fazer o login funcional para usar o produto.

O Promotor de Justiça Luiz Guilherme Lapenda, coordenador do Núcleo de Apoio à Gestão de Tecnologia e Inovação (NTI) do MPPE, explica que as primeiras funções adicionadas consideraram as necessidades básicas de rotina, como o acesso prático e rápido a dados pessoais, conferência do contracheque e identificação do vínculo com o Ministério Público Estadual. 

Segundo Lapenda, há previsão, para os próximos meses, de lançamento de novas funcionalidades, expandindo os serviços oferecidos. “A ideia é aumentar a eficiência na rotina dos servidores das áreas fim e meio”, esclarece. 
 

ESCOLAS MUNICIPAIS
MPPE convida sociedade para discutir a presença de psicólogos e assistentes sociais na rede
Imagem de menino e mulher montando um brinquedo colorido
A população recifense está convidada para uma audiência pública que discutirá  inclusão de serviços multiprofissionais

 

07/10/2024 - O Ministério Público de Pernambuco, por meio da 22ª Promotoria de Justiça Defesa de Cidadania da Capital (Defesa da Educação), convoca a população recifense para uma audiência pública com o objetivo de discutir a inclusão de serviços multiprofissionais de Psicologia e Serviço Social na rede municipal de ensino, em cumprimento ao que determina a Lei Federal nº 13.395/2019.

A audiência pública acontecerá no dia 23 de outubro, das 14h até às 18h, no Auditório do Colégio Salesiano (R. Dom Bôsco, 551 - Boa Vista, Recife - PE, 50070-270), com transmissão pelo canal MPPE Ao Vivo, no YouTube. O Promotor de Justiça Salomão Ismail Filho presidirá o ato.

Com base no edital de convocação, publicado no Diário Oficial do MPPE de 1º de outubro, os cidadãos interessados em participar podem se inscrever por meio do link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfYg9l98SIOk7WT5bO_usdyDZ8BcbRXK-2TvkMwaiqoHpd_YA/viewform?usp=sf_link ou presencialmente, no local do evento, respeitando-se a lotação máxima do auditório. 

Além de convidar o público em geral, a 22ª Promotoria de Justiça da Cidadania da Capital convocou para a audiência representantes de órgãos públicos como a Secretaria de Educação do Recife; Câmara Municipal do Recife; Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco; Assembleia Legislativa de Pernambuco; Conselhos Estadual e Municipal de Educação; Conselhos Tutelares do Recife; Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação do MPPE; as demais Promotorias de Educação da Capital; e segmentos da sociedade, notadamente a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco; Conselhos Regionais de Psicologia e Serviço Social; escritório da Unicef em Pernambuco; e coordenações dos cursos de Psicologia e Serviço Social das universidades, centros universitários e faculdades localizadas no Recife.

O edital de convocação para a audiência pública foi publicado na edição do Diário Oficial do MPPE do último dia 1° de outubro. Os interessados devem estar cientes das normas, entre elas a de que o limite máximo para exposição ou formulação de propostas ou perguntas é de 5 minutos, por participante, admitida uma única prorrogação, à critério da Presidência do evento.
 

RECOMENDAÇÃO
MPPE define regras para inspeção de vereadores às unidades de saúde de Itambé
Fotografia de estetoscópio ao lado de prancheta de prontuário médico
Durante a fiscalização, vereadores devem ser acompanhados por profissionais específicos e utilizar os EPIs

 

07/10/2024 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por intermédio da Promotoria de Justiça de Itambé, recomendou aos vereadores do município que observem a Lei Orgânica do Município, no que diz respeito ao disciplinamento e competência para a realização de fiscalização das unidades de saúde. A legislação diz que a atividade cabe às Comissões constituídas na Câmara Municipal, com atribuições definidas no Regimento Interno ou no ato que resultou na sua criação, estando vedada qualquer fiscalização individual e sem vinculação à Comissão. 

A Promotoria de Justiça de Itambé também recomenda que a Comissão da Câmara Municipal agende junto à Prefeitura e Secretaria Municipal de Saúde, as visitas às unidades. Orienta, ainda, que durante a fiscalização os vereadores sejam acompanhados por profissionais específicos e estejam utilizando os EPIs. Estão proibidas as filmagens de pacientes e servidores sem autorização por escrito dos mesmos, bem como o acesso às áreas restritas sem autorização do médico responsável.

A recomendação se estende ao Comando da Polícia Militar de Itambé, no sentido de não atender solicitações individuais de vereadores, para que os acompanhem em fiscalizações às unidades de saúde do município sem que haja a comunicação da prática de crime ou ordem judicial para tanto. 

Já nos casos de tumulto, discussão, agressões e outros atos entre vereadores e profissionais da Saúde ou da Prefeitura de Itambé nas unidades de saúde Itambé, a Polícia Militar deverá enviar viatura ao local e todas as partes envolvidas encaminhadas a Delegacia de Polícia para análise por parte do Delegado de Polícia de eventual conduta delituosa.

A íntegra da recomendação, assinada pela Promotora de Justiça Janine Brandão Morais, foi publicada na edição do Diário Oficial Eletrônico do MPPE do dia 4 de outubro de 2024. 
 

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