Operação Mata Atlântica em Pé 2022 alerta para o preocupante contínuo desmatamento em Pernambuco

Cresceu a substituição da Mata Atlântica pelo plantio de pasto para gado na Mata Sul

30/09/2022 - Desmate, queimada, produção de carvão, mineração irregular, cativeiro de aves foram as infrações mais recorrentes na Operação Mata Atlântica em Pé de 2022, nas 72 áreas fiscalizadas em 24 municípios pernambucanos. Na Mata Sul especificamente, a substituição da Mata Atlântica pelo plantio de pasto para gado bovino virou um fenômeno que deve ser alertado a todos os órgãos de fiscalização.

Em Pernambuco, a operação foi realizada de 26 a 29 de setembro, em conjunto com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAO Meio Ambiente), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma) e a 1ª Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma/PMPE).

As 72 áreas fiscalizadas somam-se 447,96 hectares, que deveriam ser áreas de preservação do bioma Mata Atlântica, dos municípios fiscalizados: Água Preta, Amaraji, Catende, Palmares, Xexéu, Abreu e Lima, Bezerros, Goiana, Saloá, Macaparana, Vicência, Timbaúba, Recife, Pombos, Brejão, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Garanhuns, Terezinha, Igarassu, Escada, Moreno, Vitoria de Santo Antão e São Benedito do Sul. Destas áreas, 429,02 hectares foram embargadas, sendo 286,94 pela CPRH e 142,8 pelo Ibama.

Durante a operação, foram emitidos 33 autos de infração, realizadas seis intimações e lavrado um (1) TCO, bem como apreendidos caminhão de lenha, três pássaros da fauna silvestre, conhecido por "Papa Capim"; um (1) pássaro da fauna silvestre, conhecido por "Galo de Campina"; e um (1) pássaro da fauna silvestre, conhecido por "Coleira". Os animais apreendidos e os produtos a eles relacionados foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres de Pernambuco (CETAS TANGARA/CPRH), para serem cuidados e posteriormente liberados na natureza ou destinados a locais adequados.

“Para levantamento dos alvos, a CPRH utilizou ferramentas de geoprocessamento, através da plataforma MapBiomas Alerta. Além do MapBiomas, a agência utilizou, imagens retiradas do Google Earth Pro, a plataforma SINAFLOR (Sistema Nacional de Controle de Origem dos Produtos Florestais), que ajuda na identificação de áreas licenciadas, e o CAR (Cadastro Ambiental Rural), utilizado para auxiliar na identificação dos proprietários da área”, explicou Antônio Sérgio Lopes, da Gerência de Inteligência e Ações Estratégicas da CPRH.

Para o chefe do Núcleo de Fiscalização do Ibama em Pernambuco, Amaro Fernandes, “o trabalho foi a validação em campo dos alertas de desmatamento produzidos pelo Mapbiomas, através da análise de imagens de satélites e selecionados pela CPRH. De posse de tais alvos, as equipes se dirigiram aos locais, confirmando as informações, fazendo o registro fotográfico e procurando encontrar os responsáveis. Com os ilícitos comprovados e os responsáveis identificados, fizemos a aplicação das penalidades administrativas previstas na legislação: aplicação de multa e embargo das áreas desmatadas ilegalmente”. Acrescentou ainda que por ser a Mata Atlântica um bioma especialmente protegido, “as multas são muito altas, cerca de 5mil reais por hectare desmatado ilegalmente”.

Neste ano, o total de multas aplicadas ultrapassou 1 milhão de reais (R$ 1.372.360,00) e foram identificados 22 alvos, que serão investigados pelo MPPE. O CAO Meio Ambiente/MPPE, vai distribuir os relatórios de autuação do Ibama e do CPRH da Operação entre as Promotorias de Justiça de cada localidade, para que adotem as medidas cabíveis.

A Operação em Pernambuco foi operacionalizada em campo através do recurso humano de 77 pessoas em campo, sendo seis servidores do IBAMA, 14 servidores da CPRH, 41 Policiais militares, dois NIMPPE, seis do MPPE e oito policiais civis (Depoma).

“Pela proximidade, cerca de 70% da população brasileira vive em território antes coberto por ela, o bioma da Mata Atlântica é um dos sistemas mais explorados e devastados pela ocupação humana, por isso a importância de chamar a atenção sobre a preservação, bem como convocar a todos na proteção do que ainda resta do bioma”, destaca a coordenadora do CAO Meio Ambiente, procuradora de Justiça Christiane Roberta Gomes de Farias Santos.

Canais de denúncia em Pernambuco – MPPE (Disque 127, das 8h às 14h), CPRH (81) 3182-8923); Cipoma (181 da SDS, das 8h às 18h); Depoma (81) 3184.7119 e Ibama (0800 61 8080). Operação Nacional - Em sua quinta edição nacional, a Operação Mata Atlântica em Pé é uma ação do Ministério Público brasileiro voltada a combater o desmatamento e a recuperar áreas degradadas do bioma no país. Coordenada nacionalmente pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), a iniciativa ocorre simultaneamente nos 17 estados da Federação abrangidos por esse tipo de ecossistema. O resultado nacional da Operação será informado no Canal do Youtube, através do link bit.ly/3xKe33B.

Desmatamento crescente – Dados da edição mais recente do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, publicado em maio deste ano, mostra um aumento de 66% de redução do bioma em relação ao ano anterior. Outro dado trazido pela última edição do levantamento é o de que, no período 2020 a 2021, apenas dois estados apresentaram queda no desflorestamento, enquanto cinco unidades da Federação acumulam 89% de todo o desmatamento identificado: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha). Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, que, de acordo com as séries históricas, estavam próximos do fim do desmatamento, registraram altas no levantamento mais recente.

Tecnologia – Desde 2019, a Mata Atlântica em Pé conta com a tecnologia da Plataforma MapBiomas Alerta, um programa de alertas e emissão de relatórios de constatação de desmatamento que usa tecnologias de monitoramento e tratamento de dados desenvolvido pelo projeto MapBiomas, iniciativa que reúne universidades, empresas de tecnologia e organizações não governamentais que realizam o mapeamento anual da cobertura e do uso do solo no Brasil. A partir da ferramenta, é possível obter imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos. 

 

Operação Mata Atlântica em Pé

Últimas Notícias


PAULISTA
Júri acolhe argumentos do MPPE e condena policial militar que matou esposa no bairro do Janga em 2013
Fotografia da Promotora de Justiça dando entrevista para imprensa
"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes

 

13/06/2025 - Em sessão realizada na quinta-feira (12), os integrantes do Tribunal do Júri de Paulista seguiram integralmente a tese do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenaram o policial militar reformado Dário Angelo Lucas da Silva a um total de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado por matar sua esposa a tiros no bairro do Janga. O crime aconteceu há 12 anos.

"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada. No ano de 2013 não existia ainda a figura jurídica do feminicídio, razão pela qual essa qualificadora não pôde ser aplicada ao caso, mas percebemos que a dinâmica foi exatamente essa, um crime de ódio pela condição de mulher da vítima", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes, que atuou como representante do MPPE no julgamento ao lado do Promotor de Justiça Ademilton Leitão.

O JULGAMENTO - A sessão do Tribunal do Júri teve início por volta das 10h50, quando o juiz Thiago Cintra fez o sorteio dos sete jurados.

De início, a defesa técnica do réu apresentou pedido pelo adiamento da sessão, alegando prejuízo ao contraditório motivado pela ausência de testemunhas arroladas pelos advogados. O magistrado, porém, indeferiu o pedido e deu início à ouvida da única testemunha arrolada pelo Ministério Público, que foi a mãe da vítima.

Na sua ouvida, a mulher traçou uma descrição da conduta violenta do réu e do receio que tinha de que o sentimento de posse dele com a sua filha escalasse para agressões físicas. Segundo ela, a personalidade controladora e as traições rotineiras do réu motivaram a vítima a decidir por encerrar o relacionamento, o que levou Dário Angelo a tramar a morte da companheira.

No seu depoimento, a mãe informou que a vítima e o réu viajaram de Ouricuri, onde moravam, até a cidade de Paulista, onde ambos passaram o fim de ano de 2012 no apartamento da mãe de Dário, no bairro do Janga. No dia 2 de janeiro de 2013, ele disparou duas vezes contra a vítima no quarto em que dormiam. Os dois filhos e a sogra da vítima estavam no local e se depararam com a cena do crime, enquanto o réu se apresentou à Delegacia de Plantão de Olinda, onde confessou a autoria do crime.

MANARI
Combate ao trabalho infantil é tema de palestra de representante do MPPE
Foto da população participante posando para foto no local do evento
Evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade


 

13/06/2025 - O Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, instituído pela Lei nº 11.542/2007, foi celebrado na última quarta-feira (11/6), em Manari, com atividades na Escola Municipal Maria Alzira Oliveira Jorge, no centro da cidade. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) esteve representado pelo Promotor de Justiça Paulo Fernandes, que realizou uma palestra sobre o tema.

O evento, promovido pela Secretaria de Educação de Manari e pelo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município (CREAS), ocorreu à tarde e contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade. 

O Promotor de Justiça Paulo Fernandes ressaltou a importância e a necessidade de abordar constantemente o tema a fim de discutir e garantir a proteção integral de crianças e adolescentes, sobretudo no atual contexto de desigualdades sociais. "É fundamental fortalecer o engajamento da sociedade e dos setores público e privado nessa luta", justificou o representante do MPPE.

Este ano, o slogan da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil é "Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro" e visa estimular a sociedade a adotar práticas eficazes de enfrentamento a essa prática.

INAJÁ
MPPE recomenda medidas para coibir poluição sonora e uso de fogos de artifício com estampido
Fotografia de fogos de artifício explodindo no ar
MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios

 

13/06/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu, por meio da Promotoria de Justiça de Inajá, no Sertão, recomendação à gestão municipal para reforçar o cumprimento da legislação ambiental e estadual relacionada à não-utilização de soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam ruídos sonoros e estampidos, durante as festividades juninas.

O documento ressalta que grupos vulneráveis, como pessoas hospitalizadas, crianças, idosos, autistas e animais, são prejudicados pelo barulho excessivo, e ressalta que existem alternativas mais modernas e silenciosas disponíveis no mercado. Recomenda, ainda, a realização de ações educativas para conscientizar a população sobre as leis municipais e estaduais que tratam sobre o tema.

“As emissões de ruídos estão atreladas não só a questões de segurança pública, mas também a graves problemas de saúde pública, representando um dos maiores desafios ambientais da contemporaneidade”, apontou o Promotor de Justiça Paulo Fernandes Medeiros Júnior, no texto da recomendação.

Além disso, o MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios, assim como de quaisquer artefatos pirotécnicos de efeitos sonoros e ruídos, bem como a ampla divulgação das legislações estadual e municipal e sobre a recomendação, por variados canais de comunicação popular. 

Por fim, a Prefeitura deverá enviar um relatório à Promotoria de Justiça local, informando as medidas adotadas em cumprimento à recomendação. O não atendimento dos termos importará na adoção de todos os atos aptos a fixar responsabilidade nas áreas criminal, civil e administrativa. 

A íntegra da recomendação pode ser consultada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do MPPE, do dia 23 de maio de 2025.

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