MACHADOS

MPPE recomenda revogação da portaria que anulou prova do concurso para agente comunitário de saúde e dar andamento às outras etapas do certame

Banca examinadora deve dar prosseguimento às demais fases do concurso, conforme previsão do edital.

08/05/2024 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou ao prefeito de Machados que revogue a portaria que anulou a prova aplicada no concurso para o cargo de agente comunitário de saúde, sob argumentos insuficientes. A recomendação também foi direcionada à comissão do concurso e à banca examinadora Agência Brasileira de Desenvolvimento Econômico e Social dos Municípios (ABDESM) para que prossigam com as demais etapas do concurso. 

"Todos os candidatos realizaram as provas em condições de igualdade, com base em informações de um mesmo edital, balizaram os seus estudos pelo edital do certame e pela utilização de mecanismos lícitos de estudo que estavam ao alcance de todos, dentre eles estudo de doutrina, jurisprudência e resolução de questões de provas anteriores disponíveis a todos os candidatos que se habilitaram ao certame, não havendo, portanto, elementos a demonstrar a violação ao princípio da igualdade entre os candidatos", destacou o Promotor de Justiça Rodrigo Amorim da Silva Santos, na recomendação. 

O MPPE recomendou ainda que o município e a ABDESM deem prosseguimento às demais fases do concurso, conforme previsão do edital, inclusive com a homologação do certame, caso não sejam identificadas irregularidades que efetivamente impeçam o ato, tendo em vista que já foi divulgado, inclusive, o resultado dos candidatos aprovados no concurso. 

Conforme os autos de um procedimento que tramita na Promotoria de Justiça de Bom Jardim, a qual Machados é termo, o município apresentou um parecer jurídico no dia 3 de março de 2024, no qual se manifestou pela anulação da prova aplicada sob a alegação de que houve grande número de questões anuladas, bem como que havia questões utilizadas pela banca examinadora que não eram inéditas. Esse parecer foi acolhido pelo prefeito e culminou na publicação da Portaria 22/2024, de 3 de abril de 2024, que anulou a prova. 

O Promotor de Justiça Rodrigo Amorim da Silva Santos considerou que os argumentos utilizados pelo município no parecer jurídico não apresentam motivos suficientes para a anulação da prova, especialmente quando há previsão expressa no edital regulamentando os procedimentos a serem adotados nos casos de questões anuladas, como é o caso do item 16.7, que consta no Edital do referido concurso. Conforme o item, a pontuação correspondente a questões anuladas deve ser atribuída a todos os candidatos, independentemente de terem recorrido. No caso de alteração do gabarito oficial preliminar, o item expressa que as provas serão corrigidas de acordo com o gabarito definitivo. 

Em relação ao argumento do município de que havia questões não inéditas na prova, o MPPE ressaltou que no edital, que é a lei que rege o certame, não há nenhuma previsão de que as questões elaboradas pela banca examinadora deveriam ser inéditas. O que ocorreu foi que essa exigência estava prevista no contrato firmado entre o município de Machados e a ABDESM, ainda na fase interna do processo administrativo, o que não vincula os candidatos. Nesse caso, o dever máximo da Banca, segundo o entendimento do MPPE, é de reparar os danos causados ao município, por descumprimento do contrato.

Por fim, o MPPE firmou um prazo de cinco dias para que os representantes legais do município e da ABDESM informem sobre o acatamento da recomendação, que foi publicada integralmente na edição do Diário Oficial do MPPE do dia 23 de abril de 2024. 

Últimas Notícias


FORMAÇÃO
Procurador-Geral, em aula magna de direito na Unicap, destaca atribuições do MPPE em defesa da sociedade e convida estudantes para programa de estágio
Fotografia de participantes do evento na mesa principal
José Paulo Xavier aproveitou a oportunidade para apresentar aos jovens estudantes a importância do Ministério Público

 

28/03/2025 - “É preciso fazer as coisas acontecerem, estudar e aproveitar as oportunidades. Muitas pessoas na sociedade necessitam da atuação do Ministério Público. Há crianças e adultos com fome, que sequer fazem uma refeição diária. Não podemos esmorecer na busca por uma sociedade mais justa e igualitária e o Ministério Público é fundamental nesse processo de transformação de pensar e agir”. Esse e outros conselhos foram dados pelo Procurador-Geral de Justiça de Pernambuco, José Paulo Xavier, em aula magna ministrada na manhã da última terça-feira (25) no auditório do Bloco G1 da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no Recife, para uma plateia de quase 200 alunos iniciantes da graduação em Direito. 

Ex-aluno da instituição, José Paulo Xavier atendeu convite da reitoria da unidade de ensino e aproveitou a oportunidade para apresentar aos jovens estudantes a importância do Ministério Público para o exercício pleno da cidadania e aplicação da justiça em favor da população. 

“Só tenho a agradecer o convite e a oportunidade de voltar a essa universidade, onde me formei em Direito, para conversar com alunos sobre temática que embora não se esgote na aula, abre horizontes e perspectiva de futuro”, afirmou no início, acompanhado pela diretora da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), Carolina Pontes, e o Promotor de Justiça André Felipe Menezes, também professor da Unicap. 

MATÉRIA - Na aula, o PGJ abordou aspectos linguísticos e históricos do Ministério Público, tratou dos princípios constitucionais norteadores da instituição, sua autonomia administrativa e funcional, estrutura interna,  chamando a atenção para a essência do significado: “serviço dirigido ao povo na defesa dos interesses sociais, ordenamento jurídico e regime democrático de direito”, descreveu. Destacou ainda as oportunidades de ingresso no Ministério Público de Pernambuco, por meio de estágio como bolsista ou voluntário e, para os graduados, concurso público, incluindo também os cursos promovidos pela escola do MPPE e as parcerias com outras unidades de ensino, como a cooperação com a Unicap na oferta de vagas para mestrado profissional em Direito e Inovação, neste ano. Ao final respondeu perguntas da plateia sobre temas diversos.

“É muito importante juntar a academia com aqueles que estão na ponta da defesa da sociedade. O Ministério Público de Pernambuco sempre se notabilizou por ser referência no Brasil na defesa de todos e dos interesses comuns. Essa aproximação significa conseguir fazer com que os estudantes entendam o papel do MP. E a gente termina despertando vocações para que novos quadros de promotores e servidores técnicos possam sair da Unicap”, informou o coordenador do curso, professor Felipe Travassos Sarinho de Almeida. 

No momento são mais de dois mil alunos cursando Direito na Unicap, que já formou em 66 anos mais de 100 mil bacharéis na área,  aproximadamente.  Para o estudante Pedro Henrique Alves Urt, a aula magna da terça foi importante. “Penso em fazer carreira no Ministério Público”.
 

Aula Magna do PGJ para alunos de direito da Unicap

SERTÃO
MPPE denuncia 11 pessoas por organização criminosa, estelionato contra idosos e furto qualificado
Fotografia de uma mão cedendo um cartão de banco a outra mão
Criminosos subtraíam cartões e senhas das vítimas, efetuando transações indevidas, saques e empréstimos em nome delas

 

27/03/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça de Serrita, ofereceu denúncia contra 11 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa estruturada, estável e com divisão de tarefas, que cometia crimes contra pessoas idosas e pessoas em situação de vulnerabilidade. As ações do grupo ocorreram entre março de 2023 e fevereiro de 2025, nos municípios de Cedro, Serrita e Parnamirim, além de Juazeiro do Norte (CE), onde a quadrilha tinha sua base operacional.

O grupo atuava principalmente na porta de agências bancárias de pequeno porte, onde abordava vítimas com aparência de vulnerabilidade, oferecendo “ajuda” para realização de saques e outras operações financeiras. Com o uso de artifícios fraudulentos, os criminosos subtraíam cartões e senhas das vítimas, efetuando transações indevidas, saques e empréstimos em nome delas. A investigação revelou a existência de um esquema itinerante, com ações coordenadas e repetidas em diversas cidades.

A denúncia, assinada pelo Promotor de Justiça Leon Klinsman Farias Ferreira, descreve uma estrutura criminosa com funções bem definidas entre seus membros. Desde os responsáveis pelas abordagens e trocas de cartões, até aqueles encarregados da parte técnica e logística. Foram atribuídos aos denunciados os crimes de organização criminosa (Lei nº 12.850/2013), estelionato majorado contra idosos (art. 171, §4º, do Código Penal) e furto qualificado mediante fraude eletrônica (art. 155, §4º, II e §4-C, II, do Código Penal).

Para o Ministério Público, as condutas praticadas não apenas lesaram financeiramente as vítimas, mas também abalaram valores fundamentais da convivência social, como a solidariedade, a confiança nas instituições e a segurança das comunidades interioranas. A atuação sistemática do grupo contribuiu para um cenário de medo, retração social e desconfiança generalizada, especialmente entre os mais idosos.

Em razão da repercussão social dos crimes e do abalo coletivo causado à população, o MPPE também requereu a condenação dos acusados ao pagamento de indenização por dano moral coletivo. A medida visa reparar o impacto à dignidade social e reforçar a necessidade de proteção integral às pessoas em situação de vulnerabilidade, reafirmando o papel do Estado no combate firme e efetivo às organizações criminosas.
 

OPORTUNIDADE EDUCACIONAL
MPPE leva Projeto Eu Escrevo Minha História a adolescentes privados de liberdades no Case Muribeca
Foto de sala de leitura com estante de livros, mesa e cadeiras
Iniciativa visa impulsionar a política pública de educação formal dentro das unidades socioeducativas e promover a efetiva alfabetização dos adolescentes privados de liberdades

 

27/03/2025 - Em mais uma visita de inspeção, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) esteve no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) da Muribeca e deu início às ações do Projeto Eu Escrevo Minha História. 

A iniciativa institucional é desenvolvida pelos Centros de Apoio Operacional (CAOs) da Infância e Juventude e de Educação, juntamente com a 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Caruaru. Ela objetiva não só impulsionar a política pública de educação formal dentro das unidades socioeducativas, mas promover a efetiva alfabetização dos adolescentes privados de liberdades nas unidades de internação definitiva (Cases) do Estado de Pernambuco, a intervenção positiva na estrutura das escolas das referidas unidades, a aplicação de metodologias para recompor a fluência da leitura e escrita desses jovens, além de criar um fluxo da documentação escolar entre as unidades e também com o meio aberto.

Na unidade da Muribeca, ocorrida na segunda-feira (24), a inspeção teve a finalidade de verificar as condições de funcionamento do local e faz parte da primeira etapa do projeto.

A visita foi acompanhada pelas Promotoras de Justiça Andrea Karla Reinaldo e Milena Mascarenhas; pela Analista Ministerial em Pedagogia, Daniela Donato; e pela Pedagoga Zaira Oliveira. Também presentes gestores do Case Muribeca, além de representantes da Secretaria de Educação e da Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco (Funase-PE).

Outras unidades serão inspecionadas até o mês de abril.

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