Itambé: MPPE se reúne com representantes de usina para propor acordo e encerrar situação de conflito agrário

12/01/2023 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) se reuniu ontem (11) com representantes da empresa 3R Participações/Usina São José e do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe) para propor uma solução pacífica ao conflito agrário registrado nas terras do Engenho São Bento, em Itambé, na Mata Norte do Estado.

Como resultado do diálogo, a Promotoria de Justiça da Promoção da Função Social da Propriedade Rural propôs à Usina São José respeitar os ditames da Lei Estadual nº 16.397/2018, no sentido de harmonizar sua posse da área arrematada com a existência de posseiros pré-existentes.

Dessa forma, a empresa deve evitar tomar atitudes que possam atingir as lavouras já cultivadas pelos trabalhadores rurais no terreno do Engenho São Bento; pagar indenização no caso de danos eventualmente ocorridos; e orientar os seguranças patrimoniais sobre os seus limites de atuação, que deve se restringir à guarda dos bens da empresa, sendo estes proibidos de manter contato com os trabalhadores rurais.

Com relação aos agricultores, por sua vez, o MPPE vai dialogar com eles para que permitam o acesso dos tratores e máquinas da Usina São José, que havia sido suspenso de forma temporária. A empresa poderá utilizar as máquinas para processar uma área de plantio de até 75 hectares delimitada por mapeamento cartográfico, que será usada para o cultivo de cana-de-açúcar. Os trabalhadores deverão ainda abster-se de utilizar facões, foices e outros apetrechos de trabalho agrícola para qualquer ato de enfrentamento com os funcionários da empresa arrematante.

“O mais importante é reforçar que as famílias continuarão nas suas moradias, pois a Usina São José afirmou, em audiência, que não tem nenhum interesse nas casas, apenas na terra para plantar a cana. Assim, metade do conflito já está neutralizado, restando apenas administrar as lavouras já existentes, o que ficou preservado no acordo preliminar que celebramos”, salientou o promotor de Justiça André Felipe Menezes.

Todas essas providências são de caráter temporário e devem ser respeitadas até a conclusão de um levantamento sócio-ocupacional e do georreferenciamento da área, que estão sendo providenciados pelo Iterpe, com prazo de conclusão de 30 dias. Após a análise dessa documentação pelo MPPE e pela Comissão Estadual de Acompanhamento dos Conflitos Agrários, as providências em questão poderão ser adaptadas.

Entenda o caso - A situação de conflito foi registrada nas últimas semanas, quando a empresa realizou a imissão de posse do imóvel rural, que havia sido arrematado pela empresa em leilão judicial. Na ocasião, agricultores assentados no imóvel denunciaram à Comissão Pastoral da Terra o agravamento das tensões; desde então, o MPPE, por meio da Promotoria de Justiça de Itambé e da Promotoria de Justiça da Promoção da Função Social da Propriedade Rural, vem acompanhando o caso.

A primeira providência foi requerer a suspensão de qualquer atividade de retirada dos trabalhadores rurais enquanto perdurarem as negociações.

O MPPE participou de outras três reuniões de mediação com as partes, movimentos sociais e diversas entidades, como a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Iterpe, Assembleia Legislativa de Pernambuco, Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco (Fetape), Comissão Pastoral da Terra, Defensoria Pública da União, Sindicato Rural de Itambé, Câmara de Vereadores de Itambé, PMPE e Polícia Civil. As duas primeiras foram realizadas na Delegacia de Itambé e no Fórum de Itambé, na segunda-feira (9); e a terceira, através de videochamada.


Últimas Notícias


LAGOA GRANDE
Operação Escroque é realizada com o apoio do MPPE
Investigações foram iniciadas em março de 2023 pela PCPE, com o apoio do MPPE, onde se apurava o desvio de valores referentes ao pagamento de diárias pela Câmara Municipal de Lagoa Grande.

26/07/2024 - A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), com o apoio do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), realizou na manhã desta sexta-feira (26), a 38ª Operação de Repressão Qualificada do ano, denominada "Operação Escroque", que tem o objetivo de combater crimes contra a administração pública municipal. Na operação foram empregados 70 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.

De acordo com o Promotor de Justiça de Lagoa Grande, Filipe Regueira de Oliveira Lima, foram executados 10 mandados de busca e apreensão, bem como foram cumpridos mandados de sequestro de bens e realizado bloqueios de ativos financeiros no montante do prejuízo apurado até o presente momento, que ultrapassam R$ 4,3 milhões. Foi ainda determinado o afastamento cautelar das funções de dois vereadores da Câmara Municipal de Lagoa Grande.

HISTÓRICO - As investigações foram iniciadas em março de 2023 pela PCPE, com o apoio do MPPE, onde se apurava o desvio de valores referentes ao pagamento de diárias pela Câmara Municipal de Lagoa Grande.

No bojo da nova operação ("Escroque"), foi identificado desvio de dinheiro público por meio de contratos com locadoras e construtoras pela Câmara Municipal, as quais devolviam cerca de 25% do valor recebido para os investigados.

O Promotor de Justiça Filipe Regueira ressaltou a importância da integração da Polícia Civil e MPPE para o difícil e complexo combate dos crimes contra a administração pública.

AGRESTE
Em recomendação, MPPE adverte três municípios sobre condutas vedadas durante o período eleitoral
Fotografia de dedo digitando em teclado de urna eletrônica
Recomendação orienta sobre a proibição da utilização de servidores e empregados da administração pública no âmbito do Poder Executivo


 

26/07/2024 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 132ª Promotoria Eleitoral, emitiu uma recomendação às Prefeituras e às Câmaras Municipais de Camocim de São Félix, Sairé e São Joaquim do Monte solicitando que os poderes públicos observem uma série de vedações durante o período da campanha eleitoral, a fim de garantir maior celeridade nas eleições para o Executivo e o Legislativo municipal. 

A recomendação orienta sobre a proibição da utilização de servidores e empregados da administração pública no âmbito do Poder Executivo, em comitês de campanha eleitoral durante o horário de expediente, bem como sobre a proibição para o caso dos agentes públicos cederem, em benefício de algum candidato ou partido político, bens móveis e imóveis que pertencem à União, aos Estados e aos municípios, com exceção da realização de convenção partidária, e também sobre a vedação ao uso de materiais ou serviços, sob as custas dos Governos ou Casa Legislativas, que excedam o que já foi estipulado nos regimentos e normas dos órgãos que integram.

Para os três meses que antecedem o pleito municipal, a recomendação adverte os municípios e Câmaras Legislativas a não realizarem a transferência voluntária dos recursos públicos fora do que já foi destinado para cumprir obrigações na execução de obras e serviços em andamento  com cronograma fixado, e os destinados a atender situações emergenciais e de calamidade pública. O MPPE também adverte sobre a proibição de nomear, contratar, transferir ou exonerar servidores públicos da esfera do pleito nos três meses que antecedem a eleição até a posse dos eleitos.

Além disso, a recomendação do MPPE solicita que os pré-candidatos observem outras medidas vedadas pelo Código Eleitoral nos três meses anteriores ao período da campanha eleitoral, como autorizar publicidade institucional dos atos, programas, serviços e campanhas dos órgãos públicos, fazer pronunciamento em cadeia de rádio e TV fora do horário eleitoral gratuito, bem como a contratar shows artísticos pagos com recursos públicos.

O documento ressalta, por fim, que é proibido, no ano de eleição, fazer distribuição gratuita de benefícios por parte da administração pública, com exceção para os casos de calamidade pública, estado de emergência ou quando se tratar de programas sociais já em execução orçamentária no mandato anterior, conforme o Código Eleitoral.

A recomendação, assinada pelo Promotor Eleitoral Luiz Gustavo Simões e pela Promotora de Justiça Eryne Ávila dos Anjos, foi publicada no Diário Oficial do MPPE do dia 12 de julho de 2024.  
 

ELEIÇÕES
MPPE recomenda a agentes públicos de mais sete municípios a proibição de campanhas em eventos públicos
Fotografia do teclado de urna eletrônica
Prefeitos e presidentes das Câmaras devem emitir orientações aos agentes públicos


 

26/07/2024 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomenda a prefeitos, vice-prefeitos, secretários, vereadores e outros agentes públicos dos municípios de Itamaracá, Santa Filomena, Santa Cruz, Águas Belas, Santa Maria da Boa Vista, Santa Cruz do Capibaribe e Ouricuri o cumprimento de uma série de medidas que evitem a promoção de candidatos ou pré-candidatos em eventos públicos, antes do início do período eleitoral (15 de agosto).

Entre as providências, inclui-se a abstenção no uso de nomes, imagens ou voz, em faixas, cartazes, gravações, páginas da internet ou outros meios de comunicação; a utilização ou distribuição de camisetas, bonés abadás ou brindes que contenham pedidos de votos, números ou símbolos de candidaturas e a realização de discursos de valorização pessoal.

Para o cumprimento das medidas, os prefeitos e os presidentes das Câmaras Municipais das sete cidades devem emitir orientações aos agentes públicos em até cinco dias, informando o caráter proibitivo dessas ações, bem como publicar a recomendação do MPPE nos sites da Câmara Municipal e da Prefeitura. 

Além disso, deve ser comunicado ao Ministério Público, no mesmo prazo, as contratações de artistas, de bandas, de grupos ou de profissionais que deverão se apresentar nos períodos festivos, incluindo seus nomes e contatos, além de informar se a prefeitura patrocinará algum evento privado com verbas públicas durante o ano.

As recomendações foram publicadas no Diário Oficial Eletrônico nos dias 10, 17 e 19 de julho.
 

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