Cooperação entre MPPE e CEDCA fará diagnóstico sobre Conselhos Municipais e Distrital da Infância e Adolescência
Cooperação entre MPPE e CEDCA fará diagnóstico sobre Conselhos Municipais e Distrital da Infância e Adolescência
20/06/2024 - Um acordo de cooperação técnica foi celebrado, na tarde desta quarta-feira (19/06), entre o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA-PE), visando à elaboração de diagnóstico atualizado sobre a situação e atuação dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente dos municípios e do Distrito de Fernando de Noronha. Serão desenvolvidas ações conjuntas e integradas voltadas à coleta e ao compartilhamento de dados e de outras informações que ajudem numa análise sobre os conselhos. A colaboração mútua, por um período de 12 meses, prevê também estímulo à atuação desses colegiados com instituições do Sistema de Garantia de Direitos, tais como o próprio Ministério Público, representações governamentais e organizações da sociedade civil que atuam na defesa das crianças e adolescentes.
O convênio foi assinado pelo Procurador-Geral de Justiça, Marcos Carvalho, e a diretora-executiva do CEDCA-PE, Bernardeth de Lourdes Gondim Coelho, na sede da Procuradoria, no Recife. “Este acordo tem por objetivo contribuir para o fortalecimento dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, com estímulo à integração desses fóruns ao Sistema de Garantia de Direitos e o fomento das políticas públicas voltadas à proteção da infância e da adolescência”, explicou o PGJ Marcos Carvalho.
PAINEL EM TEMPO REAL - A Promotora de Justiça Aline Arroxelas, coordenadora do Centro de Apoio Operacional em Defesa da Infância e Juventude do MPPE, informa que será instituído um grupo de trabalho para definição conjunta dos instrumentos e metodologias a serem aplicados no levantamento de informações e dados necessários ao diagnóstico sobre os conselhos municipais e de Fernando de Noronha. Esse grupo será coordenado pelo CAO Infância e Juventude e a expectativa é ter, até dezembro deste ano, um retrato inicial da situação encontrada. “Os dados coletados junto aos conselhos vão integrar um painel a ser disponibilizado no site do MPPE, com acesso aberto ao público, possibilitando que Promotores de Justiça, gestores e a sociedade em geral acompanhem as informações ao longo e depois do levantamento”, completa.
Para a diretora-executiva do CEDCA, Bernardeth Gondim, a ação cooperada fortalece a atuação do Conselho Estadual junto aos municípios, favorecendo a atualização de informações. “Dessa forma, podemos traçar um planejamento e políticas públicas que fortaleçam os conselhos municipais e o distrital. É a partir desse diagnóstico que a gente vai ter um conhecimento mais profundo de como estão as composições e a atuação dos colegiados”. A expectativa, segundo ela, é que a partir desse diagnóstico feito pelo CEDCA e MPPE sejam fortalecidas as políticas voltadas às crianças e adolescentes em cada território pernambucano. Presidente do CEDCA há pouco mais de um mês, Leandro Moura, participou da assinatura do acordo e lembrou que um dos principais objetivos é estar mais próximo dos conselhos locais, com reuniões descentralizadas, para fortalecer a rede de proteção dos direitos da infância e adolescência.
CAPACITAÇÃO E CAMPANHA - Também estão previstas ações em parceria com o CEDCA que disseminem “boas práticas para o fortalecimento da atuação dos conselhos de direitos das crianças e dos adolescentes como instância deliberativa e controladora estratégica no resguardo e na efetivação dos direitos infantojuvenis”, segundo o acordo. Capacitações de conselheiros, orientações e recomendações a gestores públicos para o cumprimento de obrigações legais e constitucionais destinadas à população infantojuvenil completam a lista de atuação conjunta do MPPE com o CEDCA, assim como fiscalizações e eventuais campanhas para fortalecer a atuação dos conselhos municipais e distrital.
Conforme o acordo, as partes se obrigam mutuamente a compartilhar as informações relacionadas ao objeto da cooperação, monitorar os resultados da execução e permitir aos agentes da administração pública, que exerçam controle interno ou externo, acesso a todos os documentos relacionados.
Em todos os 184 municípios pernambucanos foram criados conselhos nas últimas três décadas. No Distrito de Fernando de Noronha deve ocorrer em julho a eleição dos representantes da sociedade civil que irão compor o colegiado recém-criado. Previstas na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal 8069/1990), essas instâncias públicas deliberativas são compostas de forma paritária, com metade dos conselheiros representando organizações da sociedade civil e a outra metade formada por membros governamentais. Cabe a esses conselhos controlar ações e políticas públicas de proteção da infância e da adolescência, incluindo a formação e funcionamento dos Conselhos Tutelares.
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MPPE participa de seminário voltado à inclusão social e construção da cidadania do ponto de vista da vigilância sanitária
19/08/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) participou do Seminário Estadual de Vigilância Sanitária, realizado nos dias 13 e 14 de agosto, em Gravatá. O evento reuniu representantes de diversas instituições para debater estratégias, desafios e perspectivas para a área da vigilância sanitária em Pernambuco, mostrando que a desburocratização e a humanização também fazem parte do serviço. Assim, o tema do seminário foi justamente “Vigilância Sanitária, Inclusão Social e Construção da Cidadania”, em uma perspectiva de trazer à tona o papel social, inclusivo e essencial para o desenvolvimento de um Estado e de um país e papel de assegurar à população a oferta e o consumo de produtos e serviços seguros do ponto de vista sanitário.
A Procuradora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor (CAO Consumidor), Liliane Fonseca Rocha, participou como palestrante com o tema “O papel transformador da informação e do conhecimento na mediação das relações de produção-oferta-consumo e na tomada de decisão da população”.
Participaram ainda representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), das Vigilâncias Sanitárias Municipais de Pernambuco, da Apevisa (nível central e unidades regionais), além da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária (Sevsap). O evento também contou com a participação de diversos profissionais da área, assim como de representantes das Gerências Regionais de Saúde de Pernambuco (Geres), que vivenciam o dia a dia da vigilância sanitária em seus municípios.
O encontro contou com mesas de discussão, palestras e oficinas, promovendo a troca de experiências entre gestores, técnicos e instituições parceiras, para pensar a vigilância sanitária integrada às políticas públicas e em diálogo com a sociedade, contribuindo diretamente para a melhoria da qualidade de vida da população.
MPPE recomenda exoneração da esposa do secretário de Administração da Prefeitura de Brejão
19/08/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por intermédio da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns, recomendou ao prefeito de Brejão (Agreste Meridional), a exoneração imediata de uma servidora do cargo comissionado de Assessora Técnica e Educacional, desfazendo a cessão realizada, nos termos da Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Súmula Vinculante nº 13 veda a prática do nepotismo, entendida como a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau de autoridade nomeante ou de servidor investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento para o exercício de cargo em comissão ou de confiança. No caso em questão, a servidora é cunhada do prefeito e esposa do Secretário de Administração.
A recomendação, assinada pelo 2º Promotor de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns, Bruno Miquelão Gottardi, e publicada na edição do Diário Oficial Eletrônico do MPPE, do dia 14 de agosto de 2025, também ressalta a necessidade da Prefeitura de Brejão de se abster de nomear cônjuges, companheiros ou parentes, até o terceiro grau, por consanguinidade ou afinidade, para cargos de provimento em comissão, funções de confiança e funções gratificadas, salvo as exceções de cargos políticos, conforme já decidido pelo STF.
A Prefeitura tem prazo de 10 dias para informar à Promotoria de Justiça sobre o acatamento da recomendação, juntando cópia do ato de exoneração da servidora. A ausência de resposta no prazo assinalado será interpretada como não acatamento.
A não observância do conteúdo do documento poderá implicar na adoção de medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis, incluindo a instauração de inquérito civil e o ajuizamento de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, a fim de garantir a estrita observância dos princípios constitucionais que regem a administração pública.
Projeto institucional do MPPE visa estimular que municípios reforcem equipamentos públicos para atendimento e garantia de direitos
19/08/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já conta com uma iniciativa institucional para cobrar dos municípios pernambucanos o avanço na criação e estruturação de órgãos para promover e defender os direitos das mulheres. O projeto Fortalecimento da Rede Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, proposto pelo Núcleo de Apoio à Mulher (NAM), tem como um dos seus eixos estimular os gestores municipais a estruturar a rede de proteção às mulheres, por meio da criação e/ou estruturação dos organismos de política para mulheres e espaços de controle social.
Com base nessa proposta, o NAM enviou ofícios às Promotorias de Justiça com atuação na área de Cidadania, contendo material de apoio como minuta de portaria para instauração de procedimento administrativo; fluxograma; sugestão de atuação funcional e planilha de levantamento da rede de apoio estadual. Até o momento, as Promotorias de Justiça de 23 municípios pernambucanos já aderiram ao projeto, a fim de induzir as políticas públicas para as mulheres no território e promover o incremento da rede de proteção.
"Esta ação integra o esforço institucional do MPPE para garantir uma resposta mais eficaz às situações de violência de gênero, promover o fortalecimento da rede de apoio às mulheres e contribuir para a prevenção do feminicídio, em consonância com os compromissos assumidos por meio do Selo Respeito e Inclusão no Combate ao Feminicídio, do Conselho Nacional do Ministério Público", complementou a coordenadora do NAM.
CENTROS DE REFERÊNCIA - a proposta desses espaços é disponibilizar, em um único endereço, atendimento social e psicológico, orientação jurídica, escuta qualificada e encaminhamento das mulheres atendidas para serviços públicos e órgãos do Sistema de Justiça.
De acordo com a coordenadora do NAM, Promotora de Justiça Maísa Oliveira, a proposta de atuação do MPPE se encaixa com a janela do edital lançado pelo Governo do Estado de Pernambuco no dia 1º de agosto, quando foi anunciada a destinação de recursos aos municípios para elevar de 30 para 60 o número desses equipamentos em todo o estado.
"O Governo do Estado anunciou a disponibilização de recursos para a construção e financiamento mensal de 30 Centros de Referência para Mulheres (CRMs) nos Municípios. Nossa ideia, então, é que os Promotores e as Promotoras do MPPE busquem, no seu papel de indutores das políticas públicas, apontar aos gestores municipais essa possibilidade de construírem propostas para reforçar a proteção às mulheres nas suas cidades", destacou Maísa Oliveira.
Além dos Centros Especializados, o Projeto de Fortalecimento da Redes também almeja promover a implantação de Secretarias Municipais de Políticas para as Mulheres; de Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres; e de Câmaras Técnicas Municipais de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

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