Agenda Compartilhada cumpre primeiro encontro em Palmares

15/03/2023 - Palmares recebeu, nesta terça-feira (14), o primeiro encontro da Agenda Compartilhada, no qual a Procuradoria-Geral de Justiça se reúne com membros e servidores para debaterem atuações e ideias do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), promovendo o fortalecimento do diálogo, os debates presenciais e o entendimento das demandas específicas de cada uma das 14 Circunscrições e Capital.

Na conversa em Palmares, a alta gestão do MPPE ouviu as propostas e dificuldades de Promotoras e Promotores de Justiça que atuam na região, evidenciando a preocupação com as enchentes que ocorrem na Mata Sul de Pernambuco, especialmente pela previsão de chuvas intensas para o meio do ano. Outros relatos deram conta da violência que aflige os municípios locais, assim como problemas no patrimônio público, educação, meio ambiente, entre outros.  

"As demandas serão analisadas pela Procuradoria-Geral de Justiça, que irá em busca de soluções a contento", afirmou o Procurador-Geral de Justiça, Marcos Carvalho. "Nossa intenção é justamente sair do Gabinete e construir soluções coletivas, trazendo os colegas para discutir conosco os projetos do MPPE, assim como entender as peculiaridades e prioridades de cada região", complementou ele.

Durante o encontro, a Procuradoria-Geral de Justiça apresentou seu enfoque de trabalho no combate à insegurança alimentar, discutindo os efeitos da fome nas mais diversas áreas de atuação ministerial.   

Além do debate com a alta gestão, membros, assessores, servidores e estagiários assistiram a palestras temáticas alinhadas ao Planejamento Estratégico institucional, com o apoio da Escola Superior do MPPE, do Núcleo de Articulação Interna (NAI) e dos Centros de Apoio Operacional (CAOs).

Agenda Compartilhada - Palmares 2023

Palestras - O primeiro tema apresentado foi "Alimentação escolar como instrumento de combate à fome. O papel fiscalizatório do Ministério Público", com a palestra da coordenadora do CAO Educação, Isabela Carneiro Leão. Segundo ela, a escola é um importante ambiente para o combate à insegurança alimentar. "A atenção à qualidade nutricional dos alimentos servidos na escola é primordial para que crianças e adolescentes se desenvolvem saudáveis e com capacidade de aprendizado", comentou ela. "Assim, ao Ministério Público cabe acompanhar o Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), com ênfase no apoio à agricultura familiar, que precisa ser uma fornecedora importante no processo", afirmou.   

A coordenadora ainda frisou que o MP deve cobrar a instalação e estruturação de um Conselho de Alimentação Escolar (CAE) em cada município. Isabela Carneiro Leão ainda apresentou e colocou à disposição modelos de Procedimentos Administrativos que podem ser usados na atuação dos membros.  

A outra apresentação ficou a cargo da coordenadora do CAO Meio Ambiente, Belize Câmara, que palestrou sobre "Medidas emergenciais de curto prazo para enfrentamento dos efeitos da quadra chuvosa". Ela trouxe opções de como o poder público deve agir em caso de desastres, como as enchentes. "Existem medidas que podem ser tomadas antes e depois dos desastres. O Ministério Público precisa, então, assumir o protagonismo de cobrar tais medidas, já que as previsões trazem dados de que as chuvas serão mais frequentes e de maior intensidade", explicou Belize Câmara.

São medidas como implantar sirenes que avisem a população que a água se aproxima, realização de exercícios simulados, articular com comunicadores atitudes informativas de emergência, planos de remoção e assentamento de vítimas, criar abrigos provisórios, planos de contingência e defesa, promover a coleta e distribuição de suprimentos, treinar voluntários na proteção civil, etc.   

"É preciso estimular a participação de diversas entidades e de formulações de estratégias para que o desastre cause o menos de danos possíveis, tanto em vidas quanto em prejuízos materiais", assegurou Belize Câmara, que ainda mostrou um modelo de Procedimento Administrativo que pode ser usado pelos membros.

Em mais uma palestra do dia, foi a vez do Promotor de Justiça Criminal Alfredo Martins Neto tratar de "Controle externo da atividade policial: paradigmas, estratégias e eficácia". Ele trouxe o cenário de como as polícias em Pernambuco estão em dificuldades, sobretudo de saúde mental, e como MP pode atuar para denunciar os excessos de força, assim como ajudar o serviço policial a se aprimorar.

"Nosso papel é ter posição pró-ativa enquanto agentes políticos, buscando soluções efetivas", avaliou Alfredo Martins Neto. "Precisamos visitar delegacias de polícia, quartéis, chegar próximo aos comandos para conhecer realidades, cobrar reciclagem de treinamento, melhores capacitações, acompanhar as políticas de segurança pública, investimentos em tecnologia e pessoal, e, assim, dar legitimidade à nossa função de controle externo", concluiu.

Já a Promotora de Justiça Criminal Ana Clezia Ferreira Nunes, provisoriamente coordenadora do CAO Defesa Social e Controle Externo da Atividade Policial, apresentou as atribuições do CAO e como ele pode ajudar os membros em diversas circunstâncias. Também apresentou o Grupo de Atuação Conjunta Especializado (GACE) Controle Externo, que um membro pode acionar para auxiliá-lo, caso seja autorizado pelo Procurador-Geral de Justiça. "Precisamos garantir que o membro tenha apoio institucional para exercer o controle externo e saiba que não está trabalhando sozinho", avisou ela.   

Avaliações - Membros que participaram da Agenda Compartilhada em Palmares aprovaram o conteúdo do encontro:

"Muito válida a troca de informações e a disposição da Procuradoria Geral de Justiça vir até nós saber dos problemas da nossa circunscrição, também mostrando a perspectiva do MP como indutor de políticas públicas em prol da população mais vulnerável", disse o Promotor de Justiça Igor Holmes de Albuquerque.
"Novas ideias com o foco na resolutividade, buscando ainda saber das peculiaridades regionais com as quais nós, Promotoras e Promotores, lidamos diariamente, além de aproximação com os CAOs e como podemos buscar apoio junto a esses órgãos", pontuou a Promotora de Justiça Carolina de Moura.     

Confira o cronograma da Agenda Compartilhada 2023:   

Petrolina – 30/03/2023   
Nazaré da Mata – 26/04/2023   
Limoeiro – 27/04/2023   
Vitória de Santo Antão – 04/05/2023   
Arcoverde – 06/06/2023   
Afogados da Ingazeira – 07/06/2023   
Garanhuns – 27/07/2023   
Serra Talhada – 30/08/2023   
Salgueiro – 31/08/2023   
Caruaru – 21/09/2023   
Olinda – 28/09/2023   
Cabo de Santo Agostinho – 19/10/2023   
Jaboatão dos Guararapes – 26/10/2023   
Sede das Promotorias de Justiça Cíveis da Capital, Edf. Alfred Nobel – 16/11/2023   
Sede das Promotorias de Justiça de Cidadania da Capital e Central de Inquéritos da Capital, Edf. Paulo Cavalcanti, Av. Visconde de Suassuna – 23/11/2023
 Sede das Promotorias da Infância e Juventude da Capital, Fernandes Vieira – 30/11/2023

 

Últimas Notícias


DESTAQUE NACIONAL
Conselheiro do CNMP visita MPPE para conhecer iniciativas na área da segurança e controle externo da atividade policial
Fotografia dos participantes da reunião posando me pé para a câmera
Foram apresentadas as iniciativas do GACE Controle Externo e Bares Monitorados


 

22/04/2024 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou ao conselheiro nacional do Ministério Público Antônio Edílio Magalhães, na sexta-feira (19), as iniciativas institucionais do Grupo de Atuação Conjunta Especializada (GACE) Controle Externo e Bares Monitorados, voltadas ao aprimoramento do controle externo da atividade policial e da prevenção à violência, respectivamente.

"A questão da letalidade policial é, sem dúvida, motivo de preocupação do Ministério Público Brasileiro. Em Pernambuco, temos um histórico recente de atuações positivas, que são fruto do trabalho do GACE Controle Externo, que faz parte do Centro de Apoio Operacional de Defesa Social e Controle Externo da Atividade Policial (CAO Defesa Social). Nos colocamos à disposição para contribuir compartilhando essa experiência e a dos Bares Monitorados com os demais estados", resumiu o Procurador-Geral de Justiça, Marcos Carvalho.

Antônio Edílio Magalhães, que é o representante designado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) na Estratégia Nacional de Segurança Pública (Enasp), comentou sobre a importância de o Ministério Público dar resolutividade às investigações sobre mortes decorrentes de intervenções policiais.

"Quando os responsáveis por um caso como esse são identificados e levados à Justiça, temos um efeito prático de prevenção de situações semelhantes, além de estimular as Polícias Militar e Civil a reverem seus procedimentos", ressaltou Magalhães, referindo-se à chacina ocorrida em Camaragibe, que ganhou notoriedade nacional.

O coordenador do CAO de Defesa Social e Controle Externo da Atividade Policial, Promotor de Justiça Francisco Ortêncio de Carvalho, apontou que a criação dos GACEs foi "um modelo que se mostrou eficaz e do qual não temos como voltar atrás".

Ainda segundo a Promotora de Justiça Helena Martins, que foi coordenadora do CAO, o mérito do GACE é permitir o acompanhamento, por parte dos membros do MP, das diligências adotadas pela Polícia Civil no desenrolar das investigações de letalidade policial.

Outra iniciativa atrelada à atuação do GACE é a construção de um painel com dados sobre letalidade policial, que está sendo alimentado para nortear a atuação ministerial. Esses dados foram apresentados pela Promotora de Justiça Alice Morais, integrante do GACE.

BARES MONITORADOS - A segunda iniciativa foi apresentada pela Promotora de Justiça Eryne Luna, que deu continuidade ao trabalho iniciado pelo Promotor de Justiça Gustavo Kershaw, na Promotoria de Justiça de Chã Grande.

O foco desse trabalho é coordenar o poder público e donos de bares para implementação de medidas simples para prevenir a violência nesses ambientes: facilitar o contato entre os estabelecimentos e as polícias, estimular a formalização dos bares, o respeito aos horários de funcionamento, coibição da poluição sonora e a implantação de câmeras de vídeo.

"Após a celebração de um termo de ajustamento de conduta, constatamos uma redução nos crimes contra a vida nos bares de Chã Grande. A filmagem é muito importante para o sucesso da investigação, porque identifica o autor do crime, possíveis testemunhas e elementos relevantes, como a placa de um veículo, por exemplo", descreveu Eryne Luna.

"Trata-se de uma proposta muito interessante, que pretendemos conhecer melhor e estimular essa discussão em âmbito nacional", concluiu o conselheiro Antônio Edílio Magalhães.
 

AVANÇOS
22ª PJDC promove audiência pública para garantir a educação inclusiva nas escolas particulares
Fotografia da plateia assistindo ao evento
Pactuações são para fazer com que as escolas particulares se adequem à realidade atual e à legislação


 

22/04/2024 - A 22ª Promotoria de Justiça de Defesa de Cidadania da Capital (22ª PJDC) realizou, na quinta-feira (18), audiência pública para discutir a “Educação inclusiva nas escolas particulares com atuação no Recife, ano escolar 2024”. A audiência, que teve transmissão online pelo canal MPPE ao Vivo, ocorreu no auditório do Colégio Salesiano (Rua Dom Bosco nº 510), no bairro da Boa Vista - Recife, com a finalidade de construir soluções a respeito da educação especial/inclusiva, no âmbito das escolas privadas da Capital.

Esta foi a segunda audiência pública realizada sobre o tema. A primeira, em março do ano passado, foram celebradas diversas pactuações, as quais foram executadas e monitoradas pela a 22ª PJDC ao longo do ano passado e do início de 2024. "Mas existe a necessidade de novas discussões, atendimento de outras demandas e, consequentemente, novas pactuações", afirmou o Promotor de Justiça Salomão Abdo Aziz Ismail Filho, titular da PJDC. "É um esforço necessário para tornar as escolas privadas espaços cada vez mais inclusivos", completou.

Logo na abertura da audiência, o Promotor de Justiça Salomão Ismail Filho fez uma exposição preliminar sobre a relevância do tema, os objetivos e a importância da construção de uma solução dialogada para a política educacional em questão. Na mesa dos trabalhos também se pronunciaram a Promotora de Justiça e Coordenadora do CAO Educação, Isabela Bandeira; a Gerente de Normatização da Secretaria Estadual de Educação (SEE/PE), Ana Laudemira de Lourdes; a Gerente de Educação Especial da Secretaria de Educação do Recife (SEDUC-Recife), Adilza Gomes; o Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (SINEPE), José Ricardo Diniz; e o representante da Comissão da Pessoa com Deficiência da OAB/PE, Franklin Façanha; além Secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do MEC, Josiane Torres, que acompanhou a audiência pelo canal do YouTube. 

PACTUAÇÕES - Após as exposições e discussões, foram pactuados com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), os seguintes encaminhamentos (sob a forma de propostas de atuação resolutiva e dialógica, para as escolas, para a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco e para a Secretaria de Educação do Recife. Às escolas caberá: 1 - A realização de parcerias com faculdades a fim de trazer profissionais especializados em educação especial para o ambiente das escolas particulares; 2 - Realizar contatos com o Núcleo de Altas Habilidades do Recife para capacitar os profissionais de educação das escolas particulares, conforme a demanda apresentada de estudantes com altas habilidades; 3 - Ampliar o atendimento das salas de recursos multifuncionais para alunos com diagnóstico de qualquer tipo de deficiência, transtornos ou altas habilidades; 4 - Reforçar a capacitação dos professores em educação especial, na perspectiva inclusiva; 5 - Promover a inclusão (desde a matrícula), de alunos com diagnóstico de qualquer tipo de deficiência, transtornos ou altas habilidades, sem negar ou dificultar a matrícula em razão da sua condição.

À Secretaria Estadual de Educação (SEE) competirá: 1 - Realizar inspeção, por amostragem, nas escolas da rede particular de ensino, a fim de verificar aquelas que tem Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) e profissionais com formação na educação especial/inclusiva e; 2 - Promover pelo menos três capacitações com as escolas particulares do Recife, sem prejuízo de estendê-la a todas as escolas particulares do Estado de Pernambuco, fiscalizadas pela SEE, até o final do ano de 2024. 

Já a Secretaria de Educação do Recife irá: 1 - Realizar inspeção, por amostragem, nas escolas da rede particular de ensino (referente à educação infantil), a fim de verificar aquelas que tem SRM e profissionais com formação na educação especial/inclusiva; 2 - Promover pelo menos três capacitações com as escolas particulares do Recife (referente à educação infantil), fiscalizadas pela Secretaria, até o final do ano de 2024.

"As pactuações têm o objetivo de fazer com que as escolas particulares se adequem à realidade atual e à legislação, e sejam, cada vez mais, espaços inclusivos", pontuou o Promotor de Justiça e titular da 22ª PJDC, Salomão Abdo Aziz Ismail Filho. O dirigente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino, José Ricardo Diniz, ressaltou que as escolas têm colaborado no esforço para atender as demandas da sociedade e estão sempre abertas ao diálogo. "A inclusão é um desafio diário nas escolas e nós acreditamos nesse processo, embora também saibamos que as dificuldades são enormes", disse. 
 

FISCALIZAÇÃO DO FUNDEB
MPPE e TCE abrem inscrições para capacitação
Foram disponibilizadas 100 vagas, a serem preenchidas por ordem cronológica de inscrição


 

22/04/2024 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), através da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação (CAO Educação) e da Escola de Contas Públicas Professor Barretos Guimarães do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (ECPBG - TCE/PE), irá realizar, no dia 16 de maio, das 9h às 13h, o curso “Financiamento da Educação: Auditoria e Fiscalização do FUNDEB”.

Foram disponibilizadas 100 vagas, a serem preenchidas por ordem cronológica de inscrição, através do link https://doity.com.br/curso-financiamento-da-educacao-auditoria-e-fiscalizacao-do-fundeb. Na página também é possível conferir a programação completa do evento. 

O curso tem como objetivo aprimorar os conhecimentos técnicos e teóricos dos membros e servidores do MPPE, dos Conselheiros Municipais de Educação e dos profissionais da educação dos municípios pernambucanos sobre a fiscalização e a auditoria dos recursos do FUNDEB, abrangendo desde a base legal e normativa até as práticas de análise e monitoramento efetivas, visando garantir a aplicação correta dos recursos em prol da melhoria da qualidade da educação básica.

Na ocasião, os participantes serão instruídos sobre como identificar questões polêmicas e pontos críticos na gestão do FUNDEB e sobre a aplicação procedimentos de fiscalização para assegurar a transparência e a eficácia no uso dos recursos, além de desenvolver estratégias para atuar junto aos conselhos e governos municipais na fiscalização dos recursos do FUNDEB.

A instrução do evento fica por conta do Auditor de Controle Externo do TCE-PE, Lucio Gustavo de Paiva, que atualmente ocupa a Gerência de Auditoria Interna do órgão. 

O evento será realizado no auditório da Procuradoria da República em Pernambuco, situado na Avenida Governador Agamenon Magalhães, nº 1.800, no bairro do Espinheiro, no Recife.
 

Roberto Lyra - Edifício Sede / Ministério Público de Pernambuco

R. Imperador Dom Pedro II, 473 - Santo Antônio CEP 50.010-240 - Recife / PE

CNPJ: 24.417.065/0001-03 / Telefone: (81) 3182-7000