Racismo religioso: GT Racismo do MPPE acompanha apresentação de resultados de pesquisa
Racismo religioso: GT Racismo do MPPE acompanha apresentação de resultados de pesquisa
17/10/2022 - No cotidiano dos povos de terreiro, o racismo religioso segue como uma indesejada presença. Cerca de 92% das pessoas que professam a umbanda, candomblé ou jurema disseram já ter sofrido racismo religioso; e 74% delas não se sentem seguras para assumir a sua prática religiosa por medo da violência. Esses números estão entre as conclusões trazidas pela pesquisa "Racismo religioso: respeita minha fé", cujos resultados foram apresentados na última sexta-feira (14), em evento realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco, no Recife. O Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo Institucional do Ministério Público de Pernambuco (GT Racismo/MPPE) acompanhou a apresentação dos dados, que consolidam entrevistas com 139 lideranças de religiões de matriz africana de todo o Estado de Pernambuco.
"O evento foi muito importante porque fez a entrega de dados de pesquisas que mostram a realidade do racismo religioso em Pernambuco. O GT Racismo, após receber esses dados, irá estudá-los para divulgar da forma mais detalhada possível, com o objetivo de subsidiar as promotoras e promotores de Justiça em suas atuações no enfrentamento ao racismo, inclusive na cobrança pela execução das políticas públicas que visam à igualdade de cor/raça", destacou a promotora de Justiça Maria Ivana Botelho, uma das coordenadoras do GT Racismo.
A procuradora de Justiça aposentada do MPPE e fundadora do GT Racismo, Maria Bernadete Figueiroa, também acompanhou o evento e foi saudada pelos palestrantes pela trajetória de luta contra o racismo religioso e institucional.
A pesquisa - foi realizada por meio de entrevistas qualitativas e quantitativas com terreiros de Pernambuco e pesquisas de acervo de processos envolvendo violência racial nas Comarcas de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista. A metodologia utilizada envolveu uma pesquisa cartográfica e um levantamento jurídico.
Segundo o coordenador geral do projeto e sacerdote da Tenda de Umbanda Caboclo Flecheiro D'Ararobá, pai Edson de Omolu, os resultados da pesquisa serão entregues para representantes do poder público a fim de estimular a construção de políticas públicas concretas para refrear o racismo religioso e as práticas de violência contra os terreiros em Pernambuco.
"É vergonhoso que algo tão belo, que é a nossa fé, seja criminalizado. Com esse projeto, tentamos dar voz às vítimas do racismo religioso no nosso Estado. E para nós, povos de terreiro, é importante nos empoderamos com relação a esse termo, já que é evidente a existência desse componente étnico na vilificação da crença do povo negro", alertou.
A coordenadora do Museu da Abolição, Mirella Leite, explicou que as entrevistas demonstraram a associação dos terreiros a um quadro de vulnerabilidade social da população negra e periférica, que muitas vezes tem nesses locais de culto uma das poucas fontes de cidadania.
"Mais de 80% dos terreiros se situam em áreas de vulnerabilidade social, com deficiência no acesso à saúde, ausência de políticas públicas. Os terreiros vivenciam situações de conflitos motivadas pelo racismo religioso praticado por vizinhos que são invisibilizados pela ausência de políticas públicas e pelo desconhecimento e falta de apoio por parte dos órgãos de segurança pública e do Sistema de Justiça", resumiu a pesquisadora.
O quadro se apresenta ainda mais complicado no levantamento jurídico, conforme detalhou o pesquisador Matheus Ramos. Segundo ele, sequer existe o recorte racial nos processos, o que inviabilizou a obtenção de estatísticas para Recife, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. Apenas em Olinda foram obtidos dados, que apontam para mais de 1.400 procedimentos desde 2000.
"Isso começa desde a falta do atendimento devido pela Polícia, que sequer reconhece a ilegalidade das práticas racistas. O Judiciário também é ineficiente em julgar os casos, o que acaba estimulando a recorrência dessas situações. Por isso somos favoráveis a ocupar esses espaços institucionais, levar a visão do povo negro para os órgãos", apontou Ramos.
O evento contou ainda com a palestra "Justiça racial e a luta dos povos de terreiro por equidade de direitos", ministrada por Ilzver Oliveira; a mesa "Estado e Sociedade Civil no Enfrentamento ao Racismo Religioso em Pernambuco", com Palloma Trindade, Vera Baroni, Amélia Calado e Débora Gonçalves; e o lançamento da ONG Abaçá da Justiça e da Cartilha de Direitos Afrorreligiosos.
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Com homenagem e visita às instalações, MPPE entrega a nova sede das Promotorias de Justiça
17/11/2025 - "Uma virada de página" na realidade de todos que frequentam a sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em Olinda. Com essa expressão, o coordenador da sede das Promotorias de Justiça de Olinda, Promotor de Justiça Wesley dos Santos, sintetizou a percepção dos membros e membras, servidores e servidoras e convidados durante a inauguração do Edifício Promotor de Justiça José Vladimir da Silva Acioli. A previsão é de que até o final de novembro todos os serviços das Promotorias de Justiça sejam transferidos para o novo endereço.
Com o nome escolhido para homenagear o Promotor de Justiça falecido no último mês de agosto e que teve atuação destacada nas Comarcas de Paulista e de Olinda, a nova sede entrega uma aguardada ampliação das instalações físicas, com 2,3 mil metros quadrados de área construída, auditório para 57 pessoas, salas de Promotorias, de audiência e de reunião, assim como espaços dedicados para a Central de Inquéritos de Olinda e o Núcleo de Acordos de Não Persecução Penal (NANPP).
"O MPPE se reúne aqui hoje, com o senso de dever cumprido, para vivenciar um momento de extrema relevância institucional. Queremos concretizar o ideal de uma Justiça mais acessível para o cidadão, com dignidade e segurança para quem trabalha poder entregar um serviço mais qualificado. E um equipamento como essa sede nova é a realização desse esforço de vários anos da nossa instituição", ressaltou o Procurador-Geral de Justiça, José Paulo Xavier.
Logo no início da solenidade, o PGJ recebeu o filho e a viúva do Promotor de Justiça José Vladimir da Silva Acioli para descerrar a placa de inauguração e a foto do homenageado.
"Para nossa família é uma honra essa homenagem. Queremos demonstrar nossa gratidão pelo reconhecimento à referência que foi meu pai como Promotor de Justiça em Paulista e Olinda e pela eternização do seu legado nessa sede", afirmou Tomás Acioli, filho de José Vladimir da Silva Acioli.
Para os cidadãos olindenses, a inauguração da nova sede das Promotorias de Justiça representa uma pequena mudança: o MPPE continua na Avenida Pan-Nordestina, no bairro da Vila Popular, número 1.250, a pouco mais de 400 metros de distância da sede antiga. O antigo prédio será adaptado para receber a Central Integrada dos Núcleos do MPPE, um espaço único para os setores que cuidam dos direitos da cidadania.
"É muito mais que um novo espaço, é uma sede de acolhimento para os cidadãos de Olinda que buscam alcançar seus direitos. Estamos aqui neste momento porque o MPPE sempre foi um espaço importante de diálogo com a população e o poder público", acrescentou a prefeita de Olinda, Mirela Almeida.
Os presentes também acompanharam apresentações de frevo, capoeira e artes circenses de alunos do do Instituto Sandra Moraes.
ESPAÇO FÍSICO - construída em um terreno de 6 mil metros quadrados, a nova sede das Promotorias de Justiça de Olinda tem 2,3 mil metros quadrados de área construída, contemplando o prédio principal e um anexo.
A sede conta com dois pavimentos, com acessibilidade por elevador e espaço para as Promotorias de Justiça, setor administrativo e salas de atendimento ao público. No térreo há estrutura para audiências, reuniões e um auditório com capacidade para 57 pessoas, além de recepção, áreas de espera e pátios internos com iluminação e ventilação naturais.
Já o prédio anexo concentra áreas de serviço, vestiário e bicicletário, bem como espaços de descanso.
O projeto se destaca, ainda, pela ampla área de estacionamento, com 86 vagas, e por privilegiar a sustentabilidade. A nova sede conta com paisagismo, áreas verdes com 1.500 metros de solo natural, iluminação em LED e parque de energia solar para atender o consumo energético da sede e das unidades de Goiana, Igarassu, Itamaracá e Abreu e Lima.
MPPE lança campanha de prevenção à violência contra as mulheres nos espaços de lazer
17/11/2025 - Amanhã (18/11), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em parceria com a Seccional Pernambuco da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PE), Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Pernambuco (SHRBSPE), Secretaria da Mulher do Recife (SEMUL), Comissão de Diretos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), lança a campanha "Surpresa Violeta", alusiva à divulgação do Protocolo Violeta (Lei Municipal nº 19.061/2023). O Protocolo é uma ferramenta de apoio ao enfrentamento à violência e importunação sexual contra as mulheres em bares, restaurantes e estabelecimentos afins do Recife.
O lançamento da campanha, resultante de procedimento instaurado na 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital (Direitos Humanos), ocorre durante os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, período de mobilizações e incidências acerca da garantia das mulheres de viverem livres de toda forma de violência.
O objetivo, de acordo com o Promotor de Justiça Westei Conde y Martin Júnior, é sensibilizar a população para o tema. Segundo ele, campanhas dessa natureza são importantes e necessárias para a prevenção e redução à violência de gênero, além de orientar as mulheres acerca dos serviços disponibilizados para atender às suas demandas.
A campanha, que contará com a participação de 20 bares e restaurantes do Recife (10 localizados na Zona Norte e 10 na Zona Sul da cidade), será lançada às 10h desta terça-feira (18), no Salão de Eventos P3 (Edifício Pelópidas Soares- Avenida Visconde de Suassuna nº 500 - Santo Amaro - Recife).
Durante todo o período da campanha, os estabelecimentos participantes estarão oferecendo aos clientes a "Surpresa Violeta", um drink não alcóolico. O valor promocional da bebida será R$ 12,90 - 50% do valor será repassado ao Fundo Municipal de Política para a Mulher (FMPM).
MPPE convoca audiência pública para debater balanço da atuação na área da educação
17/11/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 22ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital (Educação), convoca audiência pública para apresentação e debate do balanço social de suas ações em 2025, com espaço aberto a críticas e sugestões da população e de representantes da rede educacional.
O encontro será realizado no dia 4 de dezembro, das 9h às 13h, no Auditório do Centro Cultural Rossini Alves Couto, na Avenida Visconde de Suassuna, nº 99, Santo Amaro. A audiência pública será presidida pelo promotor de Justiça Salomão Abdo Aziz Ismail Filho, titular da 22ª Promotoria de Educação, e contará com a participação de autoridades, gestores e entidades ligadas à área.
Interessados poderão se inscrever por meio de formulário eletrônico (a ser divulgado) ou presencialmente no local, respeitado o limite de vagas. Cada participante poderá se manifestar por até cinco minutos. A audiência será gravada e transmitida pelo canal oficial do MPPE ou da Escola Superior do Ministério Público de Pernambuco no YouTube.
A convocação da audiência foi publicada no Diário Oficial de 31 de outubro de 2025.
Serviço:
Audiência Pública – Balanço social da atuação da 22ª Promotoria de Justiça de Educação da Capital
Data: 4 de dezembro de 2025
Horário: 9h às 13h
Local: Auditório do Centro Cultural Rossini Alves Couto – Av. Visconde de Suassuna, 99, Santo Amaro, Recife
Inscrições: via formulário eletrônico (a ser divulgado) ou presencialmente no local.
Roberto Lyra - Edifício Sede / Ministério Público de Pernambuco
R. Imperador Dom Pedro II, 473 - Santo Antônio CEP 50.010-240 - Recife / PE
CNPJ: 24.417.065/0001-03 / Telefone: (81) 3182-7000
