Promotores em estágio probatório fazem curso da Corregedoria-Geral e visitam quilombolas no Sertão
Promotores em estágio probatório fazem curso da Corregedoria-Geral e visitam quilombolas no Sertão
13/05/2025 - Promotores e Promotoras de Justiça que ingressaram nos quadros do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em 2024 cumpriram mais uma etapa do estágio probatório, nos dias 28 e 29 de abril, participando de curso promovido pela Corregedoria-Geral da instituição e visitando comunidade quilombola. Eles estiveram em Catolé dos Índios Pretos, em Serra Talhada, no Sertão, em mais uma edição do MP nas Comunidades Tradicionais, do Núcleo de Enfrentamento ao Racismo do Ministério Público Estadual.
“As orientações, a troca de informações e o contato direto com a comunidade são essenciais na educação continuada, atualizando os novos membros sobre demandas sociais e as distintas realidades do público atendido pelo MP”, explicou o Procurador-Geral de Justiça, José Paulo Xavier, que conversou com o grupo no primeiro dia do evento.
Segundo a Corregedora-Geral do MPPE, Procuradora de Justiça Maria Ivana Botelho, no dia 28 o curso abordou os sistemas de informação (SIM e Arquimedes) da instituição utilizados na tramitação de procedimentos administrativos, inquéritos civis e investigação criminal. Também foi discutida a perícia papiloscópica (para identificação humana) em processos civis e criminais, tema apresentado pela presidente e diretora da Associação dos Peritos Papiloscopistas de Pernambuco, respectivamente Ana Cristina Souza e Pollyana Marinho. Em seguida, o Promotor de Justiça Fernando Della Latta, coordenador do Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MPPE, expôs sua experiência nos processos criminais, listando dificuldades e aprendizados vivenciados nos julgamentos com júri popular ao longo de sua carreira.
No segundo dia, foi realizada a visita ao quilombo Catolé dos Índios Pretos. Previamente, a corregedora e o coordenador do Núcleo de Enfrentamento ao Racismo, Promotor Higor Alexandre Alves de Araújo, explicaram como seria o trabalho naquele território. “Essas reuniões de vitaliciamento, com atividades mais voltadas à prática, são importantes e, nesse caso, estamos atendendo à solicitação de vários promotores, interessados em conhecer comunidades tradicionais”, justificou Maria Ivana Botelho.
PREOCUPAÇÃO COM EÓLICAS - Na ocasião, em Catolé dos Índios Pretos, estavam presentes também representantes de outras comunidades: Angico Grande, Alto da Luanda e Ponta da Serra, também de Serra Talhada. No grupo havia ainda pessoas de Quixabeira Helena, Pedra do Amolar, Balanço, Pau de Leite, Feijão e Posse, Queimadas, Riacho do Meio, Serrotinho e Ajuntador, do município de Mirandiba.
“As comunidades de Serra Talhada já mantêm contato constante com o PJ Carlênio Brandão, de Serra Talhada”, observou a Corregedora-Geral do MPPE. De acordo com Maria Ivana Botelho, a principal preocupação, externada no encontro, pelas lideranças quilombolas, foi a instalação de rede de transmissão de energia e ou instalação de turbinas eólicas em seus territórios.
“Testemunhamos a força da articulação das comunidades quilombolas da região. E essa força diz respeito à legitimidade de suas pretensões. São pretensões concretas e que lançam a necessidade de um olhar, que se inicia pelo diálogo e se desenvolve pela manifestação de sua identidade cultural, muito ligada ao direito à terra. O diálogo é fundamental e as comunidades precisam ser ouvidas. O Ministério Público de Pernambuco tem um papel relevante na construção desse diálogo com os demais Poderes. É a nossa missão como Promotores de Justiça. É o nosso propósito constitucional”, afirmou o Promotor de Justiça André Almeida, que ingressou no ano passado no MPPE.
Para a Promotora de Justiça Joana Turton, “a visita foi uma excelente oportunidade para o Ministério Público exercer a escuta e o contato com a população quilombola, nos dando a oportunidade de conhecer as suas principais necessidades”. Ela classificou a experiência como enriquecedora.
Além da Corregedora-Geral, do Procurador-Geral e do coordenador do GT Racismo, participaram da atividade o Corregedor-Geral substituto, Charles Hamilton dos Santos Lima, o ex-Corregedor-Geral, Procurador de Justiça Paulo Lapenda, e os Corregedores-Auxiliares Alen Pessoa, Francisco Sá Júnior, Katarina Gusmão, Jecqueline Aymar, Norma Sales e Petrúcio Aquino.
Últimas Notícias
Júri acolhe argumentos do MPPE e condena policial militar que matou esposa no bairro do Janga em 2013
13/06/2025 - Em sessão realizada na quinta-feira (12), os integrantes do Tribunal do Júri de Paulista seguiram integralmente a tese do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenaram o policial militar reformado Dário Angelo Lucas da Silva a um total de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado por matar sua esposa a tiros no bairro do Janga. O crime aconteceu há 12 anos.
"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada. No ano de 2013 não existia ainda a figura jurídica do feminicídio, razão pela qual essa qualificadora não pôde ser aplicada ao caso, mas percebemos que a dinâmica foi exatamente essa, um crime de ódio pela condição de mulher da vítima", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes, que atuou como representante do MPPE no julgamento ao lado do Promotor de Justiça Ademilton Leitão.
O JULGAMENTO - A sessão do Tribunal do Júri teve início por volta das 10h50, quando o juiz Thiago Cintra fez o sorteio dos sete jurados.
De início, a defesa técnica do réu apresentou pedido pelo adiamento da sessão, alegando prejuízo ao contraditório motivado pela ausência de testemunhas arroladas pelos advogados. O magistrado, porém, indeferiu o pedido e deu início à ouvida da única testemunha arrolada pelo Ministério Público, que foi a mãe da vítima.
Na sua ouvida, a mulher traçou uma descrição da conduta violenta do réu e do receio que tinha de que o sentimento de posse dele com a sua filha escalasse para agressões físicas. Segundo ela, a personalidade controladora e as traições rotineiras do réu motivaram a vítima a decidir por encerrar o relacionamento, o que levou Dário Angelo a tramar a morte da companheira.
No seu depoimento, a mãe informou que a vítima e o réu viajaram de Ouricuri, onde moravam, até a cidade de Paulista, onde ambos passaram o fim de ano de 2012 no apartamento da mãe de Dário, no bairro do Janga. No dia 2 de janeiro de 2013, ele disparou duas vezes contra a vítima no quarto em que dormiam. Os dois filhos e a sogra da vítima estavam no local e se depararam com a cena do crime, enquanto o réu se apresentou à Delegacia de Plantão de Olinda, onde confessou a autoria do crime.
Combate ao trabalho infantil é tema de palestra de representante do MPPE
13/06/2025 - O Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, instituído pela Lei nº 11.542/2007, foi celebrado na última quarta-feira (11/6), em Manari, com atividades na Escola Municipal Maria Alzira Oliveira Jorge, no centro da cidade. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) esteve representado pelo Promotor de Justiça Paulo Fernandes, que realizou uma palestra sobre o tema.
O evento, promovido pela Secretaria de Educação de Manari e pelo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município (CREAS), ocorreu à tarde e contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade.
O Promotor de Justiça Paulo Fernandes ressaltou a importância e a necessidade de abordar constantemente o tema a fim de discutir e garantir a proteção integral de crianças e adolescentes, sobretudo no atual contexto de desigualdades sociais. "É fundamental fortalecer o engajamento da sociedade e dos setores público e privado nessa luta", justificou o representante do MPPE.
Este ano, o slogan da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil é "Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro" e visa estimular a sociedade a adotar práticas eficazes de enfrentamento a essa prática.
MPPE recomenda medidas para coibir poluição sonora e uso de fogos de artifício com estampido
13/06/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu, por meio da Promotoria de Justiça de Inajá, no Sertão, recomendação à gestão municipal para reforçar o cumprimento da legislação ambiental e estadual relacionada à não-utilização de soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam ruídos sonoros e estampidos, durante as festividades juninas.
O documento ressalta que grupos vulneráveis, como pessoas hospitalizadas, crianças, idosos, autistas e animais, são prejudicados pelo barulho excessivo, e ressalta que existem alternativas mais modernas e silenciosas disponíveis no mercado. Recomenda, ainda, a realização de ações educativas para conscientizar a população sobre as leis municipais e estaduais que tratam sobre o tema.
“As emissões de ruídos estão atreladas não só a questões de segurança pública, mas também a graves problemas de saúde pública, representando um dos maiores desafios ambientais da contemporaneidade”, apontou o Promotor de Justiça Paulo Fernandes Medeiros Júnior, no texto da recomendação.
Além disso, o MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios, assim como de quaisquer artefatos pirotécnicos de efeitos sonoros e ruídos, bem como a ampla divulgação das legislações estadual e municipal e sobre a recomendação, por variados canais de comunicação popular.
Por fim, a Prefeitura deverá enviar um relatório à Promotoria de Justiça local, informando as medidas adotadas em cumprimento à recomendação. O não atendimento dos termos importará na adoção de todos os atos aptos a fixar responsabilidade nas áreas criminal, civil e administrativa.
A íntegra da recomendação pode ser consultada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do MPPE, do dia 23 de maio de 2025.

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