Na semana do MPPE, ex-PGR Raquel Dodge reforça papel da Instituição como guardiã da Constituição
Na semana do MPPE, ex-PGR Raquel Dodge reforça papel da Instituição como guardiã da Constituição
13/12/2022 - Na semana em que é celebrado o Dia Nacional do Ministério Público, a ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi convidada pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para ministrar para membros, servidores, assessores e estagiários da Instituição, além de convidados, a palestra “O Diálogo entre as Instituições no Estado Democrático de Direito”. O evento foi realizado nesta segunda-feira (12) pela Escola Superior (ESMP/PE), com apoio da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE).
“Tivemos a alegria de receber a ex-PGR Raquel Dodge, abrindo a semana do Ministério Público de Pernambuco, data comemorada no dia 14, e com um tema tão atual. Vivemos um momento muito delicado, de muito extremismo, não só no Brasil, mas no mundo todo. Durante o mandato da Dra. Raquel a frente da PGR não foi diferente, porém, mesmo as ocasiões mais delicadas em termos de divergências não impediram que ela tivesse uma relação respeitosa e harmoniosa com os demais poderes. O diálogo nunca foi cortado”, destacou o procurador-geral de Justiça, Marcos Carvalho, na abertura do evento.
“Se fala muito das instituições pós-Constituição, da firmeza e da necessidade de um MP forte e independente e das relações dele com os outros poderes. Da necessidade que se tem da aplicação da norma como um todo, tendo o Supremo Tribunal Federal (STF) como o guardião da Constituição, mas sem descuidar da relação com os outros poderes, com a sociedade. Com esse diálogo cada vez mais franco e respeitoso é que nós conseguimos suplantar o momento difícil que vivemos”, comentou o diretor da ESMP, o procurador Silvio Tavares.
“Enquanto procuradora-geral da República, Raquel Dodge teve um olhar muito especial para a defesa dos Direitos Humanos; teve e continua tendo esse diálogo para que o Ministério Público possa exercer de forma digna e adequada o seu mister de melhor servir a sociedade”, disse a presidente da AMPPE, Deluse Amaral, na mesa de abertura do evento, que contou ainda com a participação do corregedor-geral do MPPE, Paulo Lapenda.
Raquel Dodge foi a 41ª procuradora-geral da República, entre os anos de 2017 e 2019, e a sétima presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ao longo de sua apresentação, ela abordou temas como Direitos Fundamentais; o papel do Ministério Público e o relacionamento com outras instituições do Estado; a unidade da atuação ministerial; a independência funcional; atribuições do MP; expansão dos Direitos Políticos; entre outros.
“Nós estamos iniciando a semana de celebração de uma ideia muito importante: a de termos uma Constituição, uma Democracia e um Ministério Público que seja a entidade que guarda, promove e protege essa duas ideias fundantes da nossa sociedade”, destacou a ex-PGR. De acordo com ela, é preciso lembrar que o MP é uma magistratura e que os seus membros são magistrados.
“A magistratura do MP é isso: é promover uma parcela do poder do Estado, considerando condições de distribuição justa desta Justiça, na hora de resolver os conflitos. E como magistrados dessa Instituição, nós temos sempre que nos lembrar que somos servidores públicos, isso significa que estamos a serviço da sociedade. Lembrar sempre essa ideia de que há interesses coletivos que não pertencem a nenhum de nós, mas pertencem a todos”, explicou.
Raquel Dodge pontuou ainda que o Ministério Público também protege interesses individuais - na ação penal, por exemplo. “E é essa combinação que é bem interessante, porque usamos o Direito Penal como um instrumento de defesas individuais e, às vezes, coletivos; e usamos outros instrumentos processuais de natureza não-penal para defesa de direitos e interesses individuais indisponíveis”, comentou.
Segundo ela, o Ministério Público é o guardião da Constituição com o poder de agir. “Precisamos assumir esse título com muita altivez, porque cabe a nós fazer esse trabalho primário de identificar onde há agressão à democracia, à ordem jurídica; os direitos que estão sendo violados por políticas públicas discriminatórias ou pela ausência de políticas públicas. E as competências do MP incluem isso: acionar o Judiciário para que ele dê um provimento que efetivamente signifique implementar a Constituição no solo nacional”, reforçou.
A convidada ainda apontou o pioneirismo do MPPE na definição de uma política contra o racismo, já que a Instituição foi a primeira no país a instalar um Grupo de Trabalho (GT) sobre o tema. “O MPPE tem essa tradição de ser inovador, corajoso e de olhar para a sua própria realidade com os olhos de quem quer ver para agir, resolver e mudar”, ressaltou.
“Cabe ao Ministério Público estar sempre, como magistratura que tem o poder de promover Justiça, de acionar os poderes diretamente, propor acordo entre as partes, resolver conflitos por meio de ações civis ou penais, mas exigir políticas públicas adequadas; cabe a nós exercer esse papel de uma espécie de maestro de uma orquestra sinfônica que precisa tocar a música da Justiça”, finalizou a ex-PGR.
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MPPE participa de seminário voltado à inclusão social e construção da cidadania do ponto de vista da vigilância sanitária
19/08/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) participou do Seminário Estadual de Vigilância Sanitária, realizado nos dias 13 e 14 de agosto, em Gravatá. O evento reuniu representantes de diversas instituições para debater estratégias, desafios e perspectivas para a área da vigilância sanitária em Pernambuco, mostrando que a desburocratização e a humanização também fazem parte do serviço. Assim, o tema do seminário foi justamente “Vigilância Sanitária, Inclusão Social e Construção da Cidadania”, em uma perspectiva de trazer à tona o papel social, inclusivo e essencial para o desenvolvimento de um Estado e de um país e papel de assegurar à população a oferta e o consumo de produtos e serviços seguros do ponto de vista sanitário.
A Procuradora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor (CAO Consumidor), Liliane Fonseca Rocha, participou como palestrante com o tema “O papel transformador da informação e do conhecimento na mediação das relações de produção-oferta-consumo e na tomada de decisão da população”.
Participaram ainda representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), das Vigilâncias Sanitárias Municipais de Pernambuco, da Apevisa (nível central e unidades regionais), além da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde e Atenção Primária (Sevsap). O evento também contou com a participação de diversos profissionais da área, assim como de representantes das Gerências Regionais de Saúde de Pernambuco (Geres), que vivenciam o dia a dia da vigilância sanitária em seus municípios.
O encontro contou com mesas de discussão, palestras e oficinas, promovendo a troca de experiências entre gestores, técnicos e instituições parceiras, para pensar a vigilância sanitária integrada às políticas públicas e em diálogo com a sociedade, contribuindo diretamente para a melhoria da qualidade de vida da população.
MPPE recomenda exoneração da esposa do secretário de Administração da Prefeitura de Brejão
19/08/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por intermédio da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns, recomendou ao prefeito de Brejão (Agreste Meridional), a exoneração imediata de uma servidora do cargo comissionado de Assessora Técnica e Educacional, desfazendo a cessão realizada, nos termos da Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Súmula Vinculante nº 13 veda a prática do nepotismo, entendida como a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau de autoridade nomeante ou de servidor investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento para o exercício de cargo em comissão ou de confiança. No caso em questão, a servidora é cunhada do prefeito e esposa do Secretário de Administração.
A recomendação, assinada pelo 2º Promotor de Justiça de Defesa da Cidadania de Garanhuns, Bruno Miquelão Gottardi, e publicada na edição do Diário Oficial Eletrônico do MPPE, do dia 14 de agosto de 2025, também ressalta a necessidade da Prefeitura de Brejão de se abster de nomear cônjuges, companheiros ou parentes, até o terceiro grau, por consanguinidade ou afinidade, para cargos de provimento em comissão, funções de confiança e funções gratificadas, salvo as exceções de cargos políticos, conforme já decidido pelo STF.
A Prefeitura tem prazo de 10 dias para informar à Promotoria de Justiça sobre o acatamento da recomendação, juntando cópia do ato de exoneração da servidora. A ausência de resposta no prazo assinalado será interpretada como não acatamento.
A não observância do conteúdo do documento poderá implicar na adoção de medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis, incluindo a instauração de inquérito civil e o ajuizamento de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, a fim de garantir a estrita observância dos princípios constitucionais que regem a administração pública.
Projeto institucional do MPPE visa estimular que municípios reforcem equipamentos públicos para atendimento e garantia de direitos
19/08/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já conta com uma iniciativa institucional para cobrar dos municípios pernambucanos o avanço na criação e estruturação de órgãos para promover e defender os direitos das mulheres. O projeto Fortalecimento da Rede Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, proposto pelo Núcleo de Apoio à Mulher (NAM), tem como um dos seus eixos estimular os gestores municipais a estruturar a rede de proteção às mulheres, por meio da criação e/ou estruturação dos organismos de política para mulheres e espaços de controle social.
Com base nessa proposta, o NAM enviou ofícios às Promotorias de Justiça com atuação na área de Cidadania, contendo material de apoio como minuta de portaria para instauração de procedimento administrativo; fluxograma; sugestão de atuação funcional e planilha de levantamento da rede de apoio estadual. Até o momento, as Promotorias de Justiça de 23 municípios pernambucanos já aderiram ao projeto, a fim de induzir as políticas públicas para as mulheres no território e promover o incremento da rede de proteção.
"Esta ação integra o esforço institucional do MPPE para garantir uma resposta mais eficaz às situações de violência de gênero, promover o fortalecimento da rede de apoio às mulheres e contribuir para a prevenção do feminicídio, em consonância com os compromissos assumidos por meio do Selo Respeito e Inclusão no Combate ao Feminicídio, do Conselho Nacional do Ministério Público", complementou a coordenadora do NAM.
CENTROS DE REFERÊNCIA - a proposta desses espaços é disponibilizar, em um único endereço, atendimento social e psicológico, orientação jurídica, escuta qualificada e encaminhamento das mulheres atendidas para serviços públicos e órgãos do Sistema de Justiça.
De acordo com a coordenadora do NAM, Promotora de Justiça Maísa Oliveira, a proposta de atuação do MPPE se encaixa com a janela do edital lançado pelo Governo do Estado de Pernambuco no dia 1º de agosto, quando foi anunciada a destinação de recursos aos municípios para elevar de 30 para 60 o número desses equipamentos em todo o estado.
"O Governo do Estado anunciou a disponibilização de recursos para a construção e financiamento mensal de 30 Centros de Referência para Mulheres (CRMs) nos Municípios. Nossa ideia, então, é que os Promotores e as Promotoras do MPPE busquem, no seu papel de indutores das políticas públicas, apontar aos gestores municipais essa possibilidade de construírem propostas para reforçar a proteção às mulheres nas suas cidades", destacou Maísa Oliveira.
Além dos Centros Especializados, o Projeto de Fortalecimento da Redes também almeja promover a implantação de Secretarias Municipais de Políticas para as Mulheres; de Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres; e de Câmaras Técnicas Municipais de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

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