MPPE realiza audiência pública sobre saúde mental em Nazaré da Mata
MPPE realiza audiência pública sobre saúde mental em Nazaré da Mata
10/04/2023 - A fim de discutir a Política de Saúde Mental no Município de Nazaré da Mata, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça local, realizou uma audiência pública, no último dia 31 de março, que contou com a presença de gestores, usuários, trabalhadores de saúde mental, integrantes dos Conselhos Municipal e Estadual da Saúde e da população.
“A política de saúde mental tem sofrido retrocessos à medida que, de conformidade com a Lei 10.216/2001, os equipamentos substitutivos ao Hospital Psiquiátrico não têm sido implementados. Do contrário, a Portaria nº 3.588/2017 do Ministério da Saúde inseriu, pela primeira vez na Rede de Atenção Psicossocial, os hospitais psiquiátricos, configurando contrassenso aos pressupostos da Reforma Psiquiátrica Brasileira, que apregoa o cuidado em liberdade e o respeito aos direitos humanos da pessoa em sofrimento psíquico”, destacou a Promotora de Justiça Maria José Mendonça.
Na ocasião, foram debatidas: a necessidade da nomeação de um gerente de saúde mental pelo Governo do Estado, alinhado com as diretrizes da Lei 10.216/2001, para coordenar a política de saúde mental do Estado; e de implantação do Planejamento Regional Integrado (PRI) da II Regional de saúde, visando a organização da Rede de Atenção à Saúde, bem como de serem implementados melhoramentos na RAPS municipal.
Foi deliberado, ainda, que o Município deverá criar um fluxo de encaminhamentos dos usuários quando houver necessidade de internação, com prioridade para os leitos integrais existentes no Hospital Geral de Carpina, conforme pactuação; a construção do Plano Municipal de Saúde Mental, alinhado com os princípios da Lei 10.216/2001, com encaminhamento imediato de Projeto de Lei à Câmara Municipal, criando a política municipal de saúde mental de Nazaré da Mata, constando a função de Coordenador Municipal de Saúde Mental; além de uma atuação integrada dos Promotores de Justiça que atuam nos Município da II Geres, a fim de promover o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial da Região.
Estiveram presentes, também, na audiência: as Promotoras de Justiça de Pombos, Soraya Cristina dos Santos Dutra Macêdo; e do Cabo de Santo Agostinho, Alice de Oliveira Morais, que possuem atuação no campo de saúde mental; e a analista do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAO Saúde), Ana Lucia Martins de Azevedo, que reforçou a necessidade de uma gerência estadual de saúde e a atuação do CAO como parceiro e fiscal da política de saúde mental, destacada como prioridade.
“A audiência foi um marco na atuação do Ministério Público quanto ao tema da saúde mental e da reforma psiquiátrica no estado de Pernambuco. Foi uma ocasião onde o MPPE pôde perceber quais as falhas e quais as dificuldades que estão havendo dentro do Município de Nazaré da Mata para justificar ainda não ter sido estruturada uma Rede de Atenção Psicossocial local para fazer o cuidado das pessoas em sofrimento psíquico, e daquelas também que fazem uso abusivo e prejudicial de álcool e outras drogas,“ destacou a Promotora de Justiça Soraya Dutra.
Já a Promotora de Justiça Alice Morais pontuou que a audiência foi “um evento de enorme relevância, em que houve momentos muito ricos de debate com especialistas na área, integrantes da rede, autoridades e representantes da sociedade como um todo”.
Últimas Notícias
Júri acolhe argumentos do MPPE e condena policial militar que matou esposa no bairro do Janga em 2013
13/06/2025 - Em sessão realizada na quinta-feira (12), os integrantes do Tribunal do Júri de Paulista seguiram integralmente a tese do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenaram o policial militar reformado Dário Angelo Lucas da Silva a um total de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado por matar sua esposa a tiros no bairro do Janga. O crime aconteceu há 12 anos.
"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada. No ano de 2013 não existia ainda a figura jurídica do feminicídio, razão pela qual essa qualificadora não pôde ser aplicada ao caso, mas percebemos que a dinâmica foi exatamente essa, um crime de ódio pela condição de mulher da vítima", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes, que atuou como representante do MPPE no julgamento ao lado do Promotor de Justiça Ademilton Leitão.
O JULGAMENTO - A sessão do Tribunal do Júri teve início por volta das 10h50, quando o juiz Thiago Cintra fez o sorteio dos sete jurados.
De início, a defesa técnica do réu apresentou pedido pelo adiamento da sessão, alegando prejuízo ao contraditório motivado pela ausência de testemunhas arroladas pelos advogados. O magistrado, porém, indeferiu o pedido e deu início à ouvida da única testemunha arrolada pelo Ministério Público, que foi a mãe da vítima.
Na sua ouvida, a mulher traçou uma descrição da conduta violenta do réu e do receio que tinha de que o sentimento de posse dele com a sua filha escalasse para agressões físicas. Segundo ela, a personalidade controladora e as traições rotineiras do réu motivaram a vítima a decidir por encerrar o relacionamento, o que levou Dário Angelo a tramar a morte da companheira.
No seu depoimento, a mãe informou que a vítima e o réu viajaram de Ouricuri, onde moravam, até a cidade de Paulista, onde ambos passaram o fim de ano de 2012 no apartamento da mãe de Dário, no bairro do Janga. No dia 2 de janeiro de 2013, ele disparou duas vezes contra a vítima no quarto em que dormiam. Os dois filhos e a sogra da vítima estavam no local e se depararam com a cena do crime, enquanto o réu se apresentou à Delegacia de Plantão de Olinda, onde confessou a autoria do crime.
Combate ao trabalho infantil é tema de palestra de representante do MPPE
13/06/2025 - O Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, instituído pela Lei nº 11.542/2007, foi celebrado na última quarta-feira (11/6), em Manari, com atividades na Escola Municipal Maria Alzira Oliveira Jorge, no centro da cidade. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) esteve representado pelo Promotor de Justiça Paulo Fernandes, que realizou uma palestra sobre o tema.
O evento, promovido pela Secretaria de Educação de Manari e pelo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município (CREAS), ocorreu à tarde e contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade.
O Promotor de Justiça Paulo Fernandes ressaltou a importância e a necessidade de abordar constantemente o tema a fim de discutir e garantir a proteção integral de crianças e adolescentes, sobretudo no atual contexto de desigualdades sociais. "É fundamental fortalecer o engajamento da sociedade e dos setores público e privado nessa luta", justificou o representante do MPPE.
Este ano, o slogan da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil é "Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro" e visa estimular a sociedade a adotar práticas eficazes de enfrentamento a essa prática.
MPPE recomenda medidas para coibir poluição sonora e uso de fogos de artifício com estampido
13/06/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu, por meio da Promotoria de Justiça de Inajá, no Sertão, recomendação à gestão municipal para reforçar o cumprimento da legislação ambiental e estadual relacionada à não-utilização de soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam ruídos sonoros e estampidos, durante as festividades juninas.
O documento ressalta que grupos vulneráveis, como pessoas hospitalizadas, crianças, idosos, autistas e animais, são prejudicados pelo barulho excessivo, e ressalta que existem alternativas mais modernas e silenciosas disponíveis no mercado. Recomenda, ainda, a realização de ações educativas para conscientizar a população sobre as leis municipais e estaduais que tratam sobre o tema.
“As emissões de ruídos estão atreladas não só a questões de segurança pública, mas também a graves problemas de saúde pública, representando um dos maiores desafios ambientais da contemporaneidade”, apontou o Promotor de Justiça Paulo Fernandes Medeiros Júnior, no texto da recomendação.
Além disso, o MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios, assim como de quaisquer artefatos pirotécnicos de efeitos sonoros e ruídos, bem como a ampla divulgação das legislações estadual e municipal e sobre a recomendação, por variados canais de comunicação popular.
Por fim, a Prefeitura deverá enviar um relatório à Promotoria de Justiça local, informando as medidas adotadas em cumprimento à recomendação. O não atendimento dos termos importará na adoção de todos os atos aptos a fixar responsabilidade nas áreas criminal, civil e administrativa.
A íntegra da recomendação pode ser consultada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do MPPE, do dia 23 de maio de 2025.

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