PALMARES

MPPE promove 2º Encontro Geracional no Abrigo São Francisco de Assis

29/05/2023 - Repetindo o sucesso do último encontro, realizado em outubro de 2019, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Cível (com atribuição na Defesa do Idoso) e da 3ª Promotoria de Justiça Cível (com atribuição na Defesa da Infância e Juventude) locais, realizou com o apoio das Secretarias Municipais de Educação e de Desenvolvimento Social o 2º Encontro Geracional dos Palmares, na última quinta-feira (25), no Abrigo São Francisco de Assis (Associação de Assistência Dom Henrique Soares da Costa).

O encontro foi marcado por muita descontração e momentos de interação e alegria entre os jovens alunos da rede municipal de ensino e os idosos residentes do abrigo. Na programação, muito forró para lembrar a época junina que se aproxima; artes plásticas, com pinturas de telas feitas pelos idosos acolhidos, sob o auxílio das crianças; entre outras ações. Não faltou ânimo e disposição no intercâmbio de gerações - seja por parte das crianças ou dos senhores e senhoras da chamada boa idade acolhidos pela Instituição de Longa Permanência (ILPI).

Segundo seus idealizadores, além de propiciar o encontro crianças e adolescentes com idosos em situação de acolhimento e divulgar o importante trabalho desenvolvido pelas instituições parceiras, a ação teve como objetivo sensibilizar a sociedade quanto à corresponsabilidade na efetivação dos direitos previstos no artigo 3º do Estatuto do Idoso e no art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por intermédio de doações, de trabalhos voluntários e de programas oficiais de apadrinhamento.

"Hoje é um dia muito feliz, podemos dar sequência a ideia pensada lá em 2019, quando foi possível unir essas duas gerações: as crianças e os idosos acolhidos. E o Ministério Público como indutor de ações públicas está aqui fazendo essa intermediação, entre o abrigo e, esse ano, em parceria com as Secretarias de Desenvolvimento Social e Cidadania e de Educação. Naquele primeiro ano foi muito proveitoso e, hoje, estamos aqui repetindo a iniciativa”, destacou a Promotora de Justiça Carolina Moura.

“Muito importante este encontro acontecer: o convívio entre jovens e idosos, nessas trocas de experiências e vivências. Poder promover, através da assistência e da educação, esse diálogo intergeracional, eu acredito ser fundamental. Os idosos têm muito a nos acrescentar, os jovens a ensinar. Então eu acredito que seja uma troca muito importante”, pontuou a Secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania e primeira dama do município de Palmares, Raquel Melo.

“Esta iniciativa reflete o quão rica é a troca entre gerações. Ambos receberam com muita alegria - tanto as crianças, que se enxergam no futuro; quanto nossas ‘crianças’, como carinhosamente chamo os nossos idosos acolhidos, cujo mais velho tem 107 anos, lembram do tempo em que eram jovens. Então enxergo como muito importante essa parceria entre Ministério Público, Paróquia e Prefeitura. Isso faz com que possamos criar laços de amizade, mas, mais do que isso até, laços de gerações, proporcionando aos idosos e às crianças, uma nova mentalidade. Uma mentalidade diferenciada de inclusão, encontro e possibilidade de viver bem”, explicou o Pároco da Catedral de Palmares e Diretor do Abrigo São Francisco de Assis, Padre Tadeu Rocha.

“As pessoas acham que estão em um abrigo para morrer. Aqui não. Eles chegam para ter qualidade de vida, às vezes para ter melhores condições do que encontram em seus lares habituais. Então atividades como as de hoje contribuem para o desenvolvimento do raciocínio lógico deles, assim como o carinho que recebem das crianças e o que transmitem para elas. Eu digo direto para quem vem ao abrigo desenvolver alguma atividade para os idosos: a gente dá, mas em compensação recebemos mais”, destacou a Gestora do abrigo, Elisângela Maria da Silva.

“Percebemos que nossos alunos que participaram do primeiro encontro levaram suas experiências para a escola, e isso refletiu no interesse de outra turma em também querer participar desta edição. Esse tipo de iniciativa é importante para que essas crianças e jovens possam refletir sobre o verdadeiro sentido de compartilhar amor, acolhimento e, acima de tudo, respeito pelas pessoas mais velhas. E que um dia eles também serão pessoas idosas e desejarão o mesmo gesto de sensibilidade por parte das futuras gerações”, frisou a Gestora da Escola Municipal Dom Reinaldo Punder, Sueli Cristina Alexandre da Silva.

Foto apresenta duas mulheres idosas, em primeiro plano, e um adolescente ao fundo. As mulheres seguram pincéis de frente para uma tela, enquanto o adolescente observa.

 

Estrutura: O Abrigo São Francisco de Assis (Associação de Assistência Dom Henrique Soares da Costa) é gerenciado pela Paróquia da Catedral do Município de Palmares desde 2020. O espaço possui uma equipe multidisciplinar, composta por técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, massoterapeutas, educadores físicos, além de 12 funcionários que contribuem no apoio ao atendimento dos idosos acolhidos.

Suas instalações físicas são compostas por dois dormitórios masculinos e um dormitório feminino; cozinha; refeitório; capela; salão de festas; banheiros feminino e masculino; recepção; área de convívio para os idosos acolhidos; sala de fisioterapia; depósito para guardar material de limpeza; dispensa para armazenamento de alimentos; além das salas da diretoria e da gestão do abrigo.

Doações: De acordo com o diretor do abrigo, o Padre Tadeu Rocha, o abrigo tem um gasto mensal de aproximadamente 5 mil fraldas geriátricas. “Então, a priori, seria nossa maior necessidade. Mas também, os alimentos são bem-vindos”, ressaltou. Segundo ele, o abrigo recebe apoio do Poder Municipal através de doações de medicamentos e atendimento médico. O Padre Tadeu comentou ainda que a comunidade local também ajudou, recentemente, com a doação de materiais de construção para a reforma de ampliação do espaço da cozinha do abrigo, cuja obra está em andamento. “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também tem sido grande colaboradora do abrigo”, finalizou.

Confira também, reportagem feita pela TV MPPE:

 

Últimas Notícias


DIREITOS HUMANOS
PMPE acata recomendação do MPPE para evitar uso inadequado de força no Grito dos Excluídos
Ilustração de pessoas protestando
30º Grito dos Excluídos e Excluídas ocorrerá no 7 de setembro de 2024

 

06/09/2024 - Para assegurar o policiamento adequado da marcha “30º Grito dos Excluídos e Excluídas - 30 Anos de Resistência: Vida em primeiro lugar! Todas as vidas importam. Mas quem se importa?”, que ocorrerá no 7 de setembro de 2024 no centro do Recife, ou quaisquer outras manifestações alusivas sobre o Dia da Independência do Brasil, que ocorram na Capital, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) expediu recomendação ao Comando da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE)  para que ordene a seus subordinados que atuem dentro dos princípios da legalidade, necessidade, razoabilidade e proporcionalidade na segurança do evento. A recomendação foi acatada pelo Comando da PMPE.

Assim, as tropas devem evitar excesso na utilização da força e o emprego inadequado de armas (letais e não letais), sob pena de  ocorrer a devida responsabilidade administrativa, civil e criminal dos policiais militares envolvidos. É também necessário, segundo a recomendação, o uso adequado dos cadarços de identificação, em local visível no uniforme operacional e nos coletes balísticos.

Segundo o Promotor de Justiça Westei Conde y Martin Júnior, “a PMPE deve evitar a utilização de métodos que provoquem sofrimento desnecessário, não se tolerando o uso abusivo ou arbitrário da força e o emprego inadequado de armas e dos instrumentos menos  letais ”.

O texto da recomendação acatada deve ser divulgado pelos canais de comunicação da PMPE. A íntegra do texto pode ser conferida no Diário Oficial Eletrônico de 2 de agosto de 2024.
 

DIREITOS HUMANOS E MEIO AMBIENTE
Audiência do CNDH para avaliar impactos de parques eólicos e solares nas comunidades conta com participação do MPPE
Promotores de Justiça Fabiano Pessoa (CAO Cidadania) e Belize Câmara (CAO Meio Ambiente) representaram o MPPE na audiência

 

06/09/2024 - Os Centros de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAO Meio Ambiente) e de Defesa da Cidadania (CAO Cidadania) representaram o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na audiência pública realizada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), ocorrida no prédio da Defensoria Pública da União (DPU-PE), no Recife, onde se discutiu os resultados das visitas às comunidades afetadas pela instalação de parques eólicos e solares em Pernambuco e na Paraíba.

As visitas fizeram parte de uma missão, que durou de 29 de agosto a 2 de setembro, para dialogar e investigar denúncias de violações de direitos humanos nestas comunidades impactadas pelos empreendimentos de energias renováveis. 

Em Pernambuco, a missão visitou o povo indígena Kapinawá, afetado por uma fazenda eólica no município de Buíque, assim como a comunidade de Sobradinho, em Caetés, que também é atingida por empreendimentos eólicos. Na Paraíba, as visitas foram na Usina Yayu para conferir o complexo solar local e nos Quilombos da Pitombeira e Talhado Santa Luzia, afetados por complexos híbridos de energia solar e eólica. 

Além do MPPE, que foi representado pelos Promotores de Justiça Belize Câmara (coordenadora do CAO Meio Ambiente) e Fabiano Pessoa (coordenador do CAO Cidadania), a audiência contou com a presença de representantes das comunidades impactadas, autoridades governamentais e parlamentares. 

"O CAO Meio Ambiente noticiou aos participantes da audiência que vem acompanhando de perto a temática das renováveis nas seguintes vertentes: junto ao município de Caetés, onde o MP instaurou um inquérito civil e determinou a realização de perícias para avaliação dos ruídos das turbinas eólicas; como um dos integrantes do GT do Governo de PE, criado para regulamentar o licenciamento ambiental dos empreendimentos de energia renovável, no qual ofertou contribuições por escrito; e, por fim, participando do Núcleo de Estudos Temáticos do CNMP, cujo principal objetivo é produzir material para subsidiar Promotores de Justiça de todo o Brasil acerca da fiscalização de tais empreendimentos", esclareceu Belize Câmara.

Já Fabiano Pessoa destacou que “o acompanhamento integrado da situação dos empreendimentos energéticos em Pernambuco, de modo a observar, para além da questão relativa aos danos ambientais produzidos e suas repercussões ao regular equilíbrio do ecossistema local e à saúde das pessoas, as implicações sociais que estes têm causado às comunidades dos territórios em que estão instalados”.

Segundo ele, as comunidades atingidas por estes empreendimentos têm buscado o Ministério Público para denunciar situações surgidas ao longo do tempo, como desdobramentos da instalação das referidas usinas e que têm causado consideráveis consequências à manutenção do modo de vida e à subsistência destes povoamentos. 

“Os estudos e acompanhamentos realizados pelo MP, a partir das demandas recebidas, têm revelado uma série de situações não originalmente previstas, o que implica em graves impactos ao modo de vida tradicionalmente estabelecido por estas comunidades, inclusive atingido povoamentos quilombolas e indígenas, especialmente no que diz respeito aos meios de subsistência por elas histórico e culturalmente fixados, ligados a atividades relacionadas à terra, à agricultura e à criação de animais. Referidas atividades têm sido fortemente impactadas em alguns dos arranjos estabelecidos para a exploração destes parques energéticos. E isso, enquanto questão de grande relevância social, precisa ser considerado”, frisou Fabiano Pessoa. 

Fabiano Pessoa destaca o impacto dos projetos nas comunidades


Além disso, a constatação da inviabilidade de manutenção de parte destas comunidades nos territórios em que tradicionalmente se encontravam tem trazido a público questões relevantes quanto aos instrumentos contratuais fixados entre os responsáveis pelos empreendimentos e os moradores das comunidades. “A análise das situações enfrentadas pelas populações atingidas e as demandas por elas levantadas têm colocado em foco a questão do equilíbrio dos contratos fixados em face das novas e não previstas consequências advindas dos empreendimentos e exigido uma especial atenção por parte Ministério Público. Trata-se de demanda de caráter coletivo da qual se tem como parte conjunto socialmente vulnerabilizado, o que destaca o interesse social do problema diante dos impactos sociais de grande monta para as comunidades em questão”, enfatizou o coordenador do CAO Cidadania.

DENÚNCIAS - Em 2021, várias organizações e movimentos sociais, universidades e representantes políticos encaminharam denúncias aos  Ministérios Públicos Federal e Estadual, à Defensoria Pública da União e às Defensorias Públicas Estaduais de Pernambuco e Paraíba, alertando para os graves impactos e violações dos direitos devido aos empreendimentos que visam a transição energética.

COMPOSIÇÃO - A comitiva do CNDH é composta pela presidenta do Conselho, Marina Dermmam, do Instituto Cultivar; e dos conselheiros André Carneiro Leão, da Defensoria Pública da União (DPU); e Edna Jatobá, do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop); além da relatora especial Verônica Gonçalves (UnB). Além disso, a missão conta com a participação de várias entidades, entre elas, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Cáritas Brasileira NE2 (CBNE2), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

A missão do CNDH já ocorreu também nas regiões Sul, Norte, Sudeste e, agora, no Nordeste, encerrando neste mês de setembro no Centro-Oeste, no Mato Grosso.

SANTA MARIA DA BOA VISTA
MPPE recomenda a criação do Conselho de Direitos e do Fundo Municipal da Pessoa Idosa
Prefeito deve enviar projeto de lei à Câmara de Vereadores para instituir o Fundo Municipal da Pessoa Idosa

 

06/09/2024 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça de Santa Maria da Boa Vista, recomendou ao Poder Executivo do município a criação do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa, bem como o envio à Câmara de Vereadores de projeto de lei para instituir o Fundo Municipal da Pessoa Idosa (Lei Estadual nº 15.446/2014) no município.

Se já existir o Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa, com legislação de acordo com a Lei Estadual nº 15.446/2014, então o prefeito deve apenas enviar o projeto de lei à respectiva Câmara de Vereadores para instituir o Fundo Municipal da Pessoa Idosa, que deverá ser incluído em pauta para deliberação e votação.

Por fim, a Prefeitura deve informar à Promotoria sobre as medidas adotadas e o acatamento ou não da recomendação, de autoria da Promotora de Justiça Juliana Falcão de Mesquita Abreu Martinez, que foi publicada na íntegra no Diário Oficial Eletrônico do dia 22 de agosto de 2024. 
 

Roberto Lyra - Edifício Sede / Ministério Público de Pernambuco

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