CABO DE SANTO AGOSTINHO

MPPE consegue na Justiça que direitos de estudantes com deficiência sejam garantidos na Rede Municipal de Educação

Ilustração colorida de crianças com deficiência na sala de aula
Município precisa fornecer materiais didáticos adaptados às necessidades particulares desses estudantes

 

1º/10/2024 - A Vara Regional da Infância e Juventude da 2ª Circunscrição Judiciária do Cabo de Santo Agostinho atendeu ao pedido da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Cabo de Santo Agostinho, através de Ação Civil Pública, e determinou ao Município que elabore um plano de ação pedagógica específico (Plano de Desenvolvimento Individual), para os alunos com deficiência matriculados na Rede Municipal de Ensino, presentes e futuros.

O Município precisa ainda fornecer materiais didáticos adaptados às necessidades particulares desses estudantes, que lhes permitam acompanhar as aulas com os conteúdos ministrados diariamente. Os materiais devem ser entregues em tempo hábil (com antecedência às aulas).

Ainda é necessário apoio escolar em sala de aula e professor auxiliar, inclusive professor brailista e intérprete de libras para os estudantes com deficiência visual ou auditiva, adequando o número de profissionais da rede municipal de acordo com o quantitativo para suprir a demanda de profissionais de apoio. 

Também devem estar disponíveis cuidador ou profissional de apoio que auxilia os estudantes com deficiência na alimentação, higienização e/ou mobilidade no contexto escolar, assim como professor de nível superior com habilitação em educação especial que realiza a complementação ou suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais específicos.

Providências devem ser tomadas para instalar salas de recursos multifuncionais nas unidades escolares com mobiliário, materiais didáticos e recursos pedagógicos necessários ao desenvolvimento das atividades e aprendizado dos estudantes.

A Secretaria Municipal de Educação deve ainda gerar um relatório detalhado com o nome e os dados pessoais de todos os alunos com deficiência, e informação acerca de qual estabelecimento de ensino se encontra matriculado, bem como se é disponibilizado os profissionais capacitados os atendem com locais, dias e horários de atendimento. No relatório devem constar as estratégias para favorecer o processo de aprendizagem dos alunos, através de ações individualizadas e adaptadas.

Barreiras arquitetônicas à acessibilidade precisam ser removidas das Escolas Municipais, com a adequação das edificações de acordo com a NBR 9050. Os estudantes com deficiência devem, inclusive, ser matriculados em locais próximos às suas residências.

Por fim, a Justiça determinou que ocorra a imediata reestruturação do Plano Municipal de Educação relativo ao próximo decênio, vez que o atual é decenal e data de 2011.

Segundo a Promotora de Justiça Evania de Aguiar Pereira, o MPPE objetivou “proteger o direito público subjetivo à educação, consistente na educação especial e o acesso a escolas que atendam às necessidades das pessoas com deficiência, sobretudo no que concerne à oferta de Auxiliares de Desenvolvimento Educacional Especial (ADEE) para acompanhamento dos estudantes que, comprovadamente, necessitem de auxílio para o seu desenvolvimento e participação nas atividades escolares como também a oferta do Atendimento Educacional Especializado, no  contraturno”.
 

Últimas Notícias


EDUCAÇÃO
MPPE realiza audiência pública para debater prevenção e enfrentamento à violência escolar no Recife
Durante a audiência foi reforçada a necessidade de ampliar o diálogo com a comunidade escolar e com a sociedade civil sobre estratégias que fortaleçam ambientes educativos seguros.


15/12/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da 29ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Recife (Educação), realizou no dia 26 de novembro, audiência pública para discutir ações de prevenção e enfrentamento à violência escolar, ao bullying e ao cyberbullying nas unidades de ensino da capital. O encontro, ocorrido no Centro Cultural Rossini Alves Couto, reuniu gestores escolares, professores, pais, estudantes, conselhos escolares, representantes da rede de proteção e de órgãos públicos.

Durante a audiência foi reforçada a necessidade de ampliar o diálogo com a comunidade escolar e com a sociedade civil sobre estratégias que fortaleçam ambientes educativos seguros, garantindo o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que diz respeito à preservação da integridade física, psicológica e moral de crianças e adolescentes.

A Promotora de Justiça Gilka Maria Almeida Vasconcelos de Miranda, que presidiu a audiência, destacou a importância da participação ativa das instituições na construção e implementação de protocolos de prevenção e resposta à violência escolar. Ela também apresentou a Recomendação nº 02/2025, que orienta as escolas privadas do Recife sobre a adoção de um Protocolo de Ação de Enfrentamento e Prevenção à Violência Escolar.

O documento orienta as unidades de ensino a criarem Equipes de Prevenção à Violência Escolar, realizarem escuta protegida conforme a lei federal nº 13.431/2017, atualizarem o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Escolar para incluir as novas diretrizes, manterem comunicação obrigatória com os responsáveis legais e, quando necessário, com o Conselho Tutelar e o Ministério Público, além de garantirem articulação contínua com a rede de proteção do território e promover ações formativas e palestras voltadas à conscientização sobre bullying, cyberbullying e cultura de paz. 

A recomendação também determina um calendário anual de ações para 2026, incluindo diagnósticos da realidade escolar, formações em Justiça Restaurativa, produção de relatórios semestrais sobre casos de violência e atividades de sensibilização com a comunidade escolar.

Também participaram da audiência a Promotora de Justiça e Coordenadora do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA), Nelma Quaiotti; o Promotor de Justiça e Coordenador do Centro de Apoio Operacional à Educação (CAO Educação), Maxwell Vignoli; o titular da 22ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital, Salomão Abdo Aziz Ismail Filho; além de representantes da Unidade de Atendimento Social (UAS) do Recife.
 

Audiência pública para debater sobre prevenção e enfrentamento à violência escolar e ao bullying/cyberbullying nas escolas

NAZARÉ DA MATA
MPPE recomenda manutenção preventiva e inspeção de veículos oficiais do município
A recomendação tem como base a apuração de um incêndio ocorrido em uma ambulância oficial de Nazaré da Mata no ano de 2018/2019.

15/12/2025 - O Ministério Público de Pernambuco, por meio da Promotoria de Justiça de Nazaré da Mata, expediu recomendação para que o município realize a manutenção preventiva e inspeção de frota dos veículos oficiais, especialmente as ambulâncias. 

A recomendação tem como base a apuração de um incêndio, documentado no Inquérito Civil 01787.000.542/2024, ocorrido em uma ambulância oficial de Nazaré da Mata no ano de 2018/2019, utilizada pela Secretaria Municipal de Saúde. O episódio colocou em risco a vida de pacientes e funcionários presentes.

O laudo de Exame Pericial de Incêndio em Veículo nº 3.373/2025 concluiu que a causa do incêndio foi acidental, originada por pane em instalações elétricas (curto-circuito), concentrada na região da bateria e imediações.

Além da manutenção preventiva e inspeção dos veículos oficiais, foram recomendadas outras providências, como a revisão e aprimoramento do Protocolo de Manutenção. Deve ser feita uma revisão urgente dos protocolos de manutenção dos veículos da frota municipal, garantindo que os procedimentos de manutenção preventiva e corretiva sejam realizados com rigor e frequência adequada.

A Promotoria de Justiça de Nazaré da Mata também recomenda: 1) Auditoria em Contratos de Manutenção, com fiscalização detalhada dos serviços prestados pela empresa contratada para as manutenções; 2) Treinamento de motoristas, especialmente aqueles que transportam pacientes; 3) Medidas Corretivas, uma vez comprovada a falha na manutenção ou negligência na conservação do patrimônio público; 4) Verificação imediata de extintores de incêndio de todos os veículos de transporte e ambulâncias para garantir que estejam operacionais, carregados e dentro do prazo de validade; e 5) Fiscalização e inspeção minuciosa dos sistemas elétricos de todas as ambulâncias e veículos de transporte de pacientes.

Fixou-se um prazo de 10 dias para que o município informe sobre o acatamento ou não das recomendações, expedidas pelo Promotor de Justiça Maurício Schibuola de Carvalho, e publicadas no Diário Oficial Eletrônico do MPPE do dia 28 de novembro de 2025.

CAPACITAÇÃO
ESMP realiza curso sobre atendimento humanizado com foco em população LGBTQIAPN+ e enfrentamento ao racismo
Curso foi voltado a servidores e colaboradores que atuam no atendimento interno e externo da instituição.


15/12/2025 - A Escola Superior do Ministério Público de Pernambuco (ESMP/MPPE) realizou, no dia 9 de dezembro, o Curso de Aprimoramento em Atendimento ao Público, voltado a servidores e colaboradores que atuam no atendimento interno e externo da instituição. A formação teve como eixo central o atendimento humanizado, com ênfase na acolhida de pessoas LGBTQIAPN+ e no enfrentamento ao racismo nas rotinas de escuta e orientação ao cidadão.

A abertura do encontro foi conduzida pela promotora de Justiça Carolina Moura, diretora da ESMP. Ela ressaltou que qualificar o atendimento é parte essencial da missão institucional do Ministério Público. “Quando a porta de entrada do MPPE é acolhedora, clara e respeitosa, nós fortalecemos a confiança da sociedade na nossa atuação e garantimos que os direitos cheguem, de fato, a quem mais precisa”, destacou.

Em seguida, a ouvidora do MPPE, Maria Lizandra Carvalho, apresentou o contexto da formação, lembrando que a Ouvidoria já vinha promovendo momentos de capacitação da equipe e que, em 2025, a Ouvidoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público editou orientação incentivando cursos, seminários e debates sobre o tema.

“Queremos que qualquer pessoa que nos procure, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade, encontre no Ministério Público um ambiente sensível, acolhedor e preparado, com escuta qualificada e validação social das suas demandas”, enfatizou.

A promotora de Justiça Maria José Queiroz, coordenadora do Núcleo de Direitos LGBTQIAPN+ do MPPE, conduziu a primeira parte do curso, abordando conceitos básicos sobre sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual, além de discutir interseccionalidades que agravam situações de discriminação, como raça, classe social, escolaridade e idade.

Ela chamou atenção para o papel do MPPE como órgão garantidor de direitos e para a responsabilidade de não reproduzir violências institucionais e apresentou, em primeira mão, a perspectiva de implantação de um protocolo específico de acolhimento à população LGBTQIAPN+ no âmbito do MPPE. Esse protocolo tem como objetivo padronizar condutas, garantir respeito à identidade de gênero e orientar membros, servidores e terceirizados no tratamento das demandas.

“Temos a obrigação de compreender essas identidades, respeitar nomes sociais, pronomes e formas de apresentação, para que o Ministério Público seja reconhecido como espaço de proteção, e jamais de violação, para essas pessoas”, reforçou.

Na segunda parte da formação, o promotor de Justiça Higor Alexandre Alves de Araújo, coordenador do Núcleo de Enfrentamento ao Racismo do MPPE, tratou do atendimento antirracista e da necessidade de reconhecer o racismo estrutural e institucional presente na sociedade e nas práticas cotidianas. Com base em sua experiência, ele destacou que muitas vítimas de racismo e de violências correlatas chegam ao sistema de Justiça já exaustas, descrentes ou em profundo sofrimento.

“Nem sempre quem nos procura vai estar calmo ou organizado na fala. Nosso dever é manter a impessoalidade, oferecer um espaço seguro, ouvir com atenção e dar resposta, positiva ou negativa, de forma clara e respeitosa. A forma como atendemos pode reforçar uma história de violência ou inaugurar uma experiência de acolhimento”, pontuou.

O coordenador também ressaltou a importância de que o MPPE seja coerente com o compromisso institucional assumido publicamente em eventos e iniciativas de promoção da igualdade racial. Segundo ele, falas ou condutas desrespeitosas por parte de qualquer integrante da instituição têm impacto direto na confiança da população.

“Quando dizemos à sociedade que podem contar com o Ministério Público no combate ao racismo, precisamos garantir que essa promessa se concretize já no primeiro contato no balcão, na recepção, na ouvidoria, em qualquer espaço em que o cidadão seja recebido”, acrescentou.

Além dessa formação, a temática seguirá presente na programação da Semana do MP, com uma oficina voltada especificamente aos direitos da população LGBTQIAPN+. O Núcleo de Direitos LGBT promoverá, no dia 16 de dezembro de 2025, das 9h às 12h, na Escola Superior do Ministério Público, a “Oficina do Núcleo de Direitos LGBT”, é destinada a promotores, servidores e colaboradores  terceirizados do MPPE. 

Curso de Aprimoramento em Atendimento ao Público

Roberto Lyra - Edifício Sede / Ministério Público de Pernambuco

R. Imperador Dom Pedro II, 473 - Santo Antônio CEP 50.010-240 - Recife / PE

CNPJ: 24.417.065/0001-03 / Telefone: (81) 3182-7000