SEMANA DO MPPE 2023

Lançado no Teatro do Parque, projeto Griô traz a arte como estímulo à educação antirracista

Projeto apresenta debate sobre as raízes históricas do racismo e como ele impacta a vida das pessoas negras até hoje

15/12/2023 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recebeu, na tarde da quarta-feira (13), cerca de 550 estudantes e 100 gestores da rede de ensino estadual para o lançamento do Projeto Griô. O evento, que integra a programação da Semana do Ministério Público 2023, foi realizado no Teatro do Parque, no Recife, e marca a primeira apresentação do espetáculo "Tesouro", que vai percorrer o Estado de Pernambuco em 2024 para estimular o debate sobre o racismo e a importância do ensino da história e cultura africanas em sala de aula.

A finalidade do projeto, iniciado na capital pernambucana em parceria com as Gerências Regionais de Educação (GREs) Recife Norte e Sul, é apresentar o debate sobre as raízes históricas do racismo e como ele impacta a vida das pessoas negras até hoje. A linguagem escolhida foi o teatro, através de uma apresentação cênica com música, dança e pertencimento.

"O racismo não está no passado, ele é um tema ainda bastante atual. Então trazer o assunto para as escolas é necessário, precisa ser tratado sim, todos os dias, para que esses adolescentes se tornem adultos conscientes. Depois da apresentação, recebemos feedback de muitos deles que nos falaram como se sentiram representados aqui, pelas falas do espetáculo", ressaltou a atriz Elenita Costa.

O Procurador-Geral de Justiça, Marcos Carvalho, destacou na abertura do evento a colaboração entre o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Educação (CAO Educação) e o Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Discriminação Racial do MPPE (GT Racismo), que planejaram o projeto.

"Muitas vezes as leis, por mais bem intencionadas que sejam, como é o caso da lei que institui o ensino da história e cultura da África nas escolas, não saem do papel. Aí entra o Ministério Público, como indutor de políticas públicas. É isso que estamos fazendo hoje, conversando com os gestores da Educação do Estado para tirar do papel essa ideia e trazer a história do povo africano aos estudantes, por meio da arte. Esperamos que essa geração de jovens atue como multiplicadores dessa mensagem", salientou.

Já a coordenadora do CAO Educação, Promotora de Justiça Isabela Bandeira, explicou que o Projeto Griô foi construído em conjunto com os profissionais da Educação e os estudantes.

"A escola é, por excelência, um ambiente plural e democrático. Então precisamos que as escolas estimulem uma cultura antirracista; há uma legislação que fomenta o ensino da história da África e do Brasil em sala de aula e o Projeto Griô quer fazer isso por meio da arte. Nosso intuito é replicar esse projeto em todo estado ao longo do próximo ano, com as escolas aprofundando a temática", descreveu.

Isso vai ser feito através de novas apresentações nas sedes das Gerências Regionais de Educação em 2024 e disponibilização da apresentação para as unidades de ensino, como destacou a coordenadora do GT Racismo, Procuradora de Justiça Maria Ivana Botelho.

"Vamos ter apresentações em todas as GREs, com o público de adolescentes. A Secretaria de Educação de Pernambuco escolheu o racismo como assunto transversal para o ano de 2024, então vamos andar o Estado todo levando essa peça e buscando que os estudantes conheçam a história da África e da resistência do povo negro, que foi trazido de forma violenta da África e ajuda a construir o Brasil até hoje", complementou.

Os gerentes das GREs Recife Norte, Iury Silva, e Recife Sul, Viviane Gomes, detalharam que a pauta do racismo e das relações étnico-raciais será um elemento central no plano pedagógico das escolas estaduais em 2024. De acordo com eles, o assunto foi escolhido em reunião realizada pelos gestores educacionais e será incorporado nas atividades de forma transversal, agregando várias disciplinas.

"Somente na Gerência Recife Norte temos 45 mil alunos, obviamente que nem todos poderiam estar aqui hoje, no lançamento do Projeto Griô. Esse foi apenas o início, vamos expandir esse trabalho e dar continuidade nas escolas, com atividades pedagógicas específicas sobre o que os estudantes viram", resumiu Iury Silva.

TESOURO - FICHA TÉCNICA
Texto e direção
: George Swan
Elenco: Elenita Costa, Joyce Lucas e Joan Artur
Produtor: Lugg Alves

Apresentação do Projeto Griô

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PAULISTA
Júri acolhe argumentos do MPPE e condena policial militar que matou esposa no bairro do Janga em 2013
Fotografia da Promotora de Justiça dando entrevista para imprensa
"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes

 

13/06/2025 - Em sessão realizada na quinta-feira (12), os integrantes do Tribunal do Júri de Paulista seguiram integralmente a tese do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenaram o policial militar reformado Dário Angelo Lucas da Silva a um total de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado por matar sua esposa a tiros no bairro do Janga. O crime aconteceu há 12 anos.

"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada. No ano de 2013 não existia ainda a figura jurídica do feminicídio, razão pela qual essa qualificadora não pôde ser aplicada ao caso, mas percebemos que a dinâmica foi exatamente essa, um crime de ódio pela condição de mulher da vítima", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes, que atuou como representante do MPPE no julgamento ao lado do Promotor de Justiça Ademilton Leitão.

O JULGAMENTO - A sessão do Tribunal do Júri teve início por volta das 10h50, quando o juiz Thiago Cintra fez o sorteio dos sete jurados.

De início, a defesa técnica do réu apresentou pedido pelo adiamento da sessão, alegando prejuízo ao contraditório motivado pela ausência de testemunhas arroladas pelos advogados. O magistrado, porém, indeferiu o pedido e deu início à ouvida da única testemunha arrolada pelo Ministério Público, que foi a mãe da vítima.

Na sua ouvida, a mulher traçou uma descrição da conduta violenta do réu e do receio que tinha de que o sentimento de posse dele com a sua filha escalasse para agressões físicas. Segundo ela, a personalidade controladora e as traições rotineiras do réu motivaram a vítima a decidir por encerrar o relacionamento, o que levou Dário Angelo a tramar a morte da companheira.

No seu depoimento, a mãe informou que a vítima e o réu viajaram de Ouricuri, onde moravam, até a cidade de Paulista, onde ambos passaram o fim de ano de 2012 no apartamento da mãe de Dário, no bairro do Janga. No dia 2 de janeiro de 2013, ele disparou duas vezes contra a vítima no quarto em que dormiam. Os dois filhos e a sogra da vítima estavam no local e se depararam com a cena do crime, enquanto o réu se apresentou à Delegacia de Plantão de Olinda, onde confessou a autoria do crime.

MANARI
Combate ao trabalho infantil é tema de palestra de representante do MPPE
Foto da população participante posando para foto no local do evento
Evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade


 

13/06/2025 - O Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, instituído pela Lei nº 11.542/2007, foi celebrado na última quarta-feira (11/6), em Manari, com atividades na Escola Municipal Maria Alzira Oliveira Jorge, no centro da cidade. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) esteve representado pelo Promotor de Justiça Paulo Fernandes, que realizou uma palestra sobre o tema.

O evento, promovido pela Secretaria de Educação de Manari e pelo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município (CREAS), ocorreu à tarde e contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade. 

O Promotor de Justiça Paulo Fernandes ressaltou a importância e a necessidade de abordar constantemente o tema a fim de discutir e garantir a proteção integral de crianças e adolescentes, sobretudo no atual contexto de desigualdades sociais. "É fundamental fortalecer o engajamento da sociedade e dos setores público e privado nessa luta", justificou o representante do MPPE.

Este ano, o slogan da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil é "Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro" e visa estimular a sociedade a adotar práticas eficazes de enfrentamento a essa prática.

INAJÁ
MPPE recomenda medidas para coibir poluição sonora e uso de fogos de artifício com estampido
Fotografia de fogos de artifício explodindo no ar
MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios

 

13/06/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu, por meio da Promotoria de Justiça de Inajá, no Sertão, recomendação à gestão municipal para reforçar o cumprimento da legislação ambiental e estadual relacionada à não-utilização de soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam ruídos sonoros e estampidos, durante as festividades juninas.

O documento ressalta que grupos vulneráveis, como pessoas hospitalizadas, crianças, idosos, autistas e animais, são prejudicados pelo barulho excessivo, e ressalta que existem alternativas mais modernas e silenciosas disponíveis no mercado. Recomenda, ainda, a realização de ações educativas para conscientizar a população sobre as leis municipais e estaduais que tratam sobre o tema.

“As emissões de ruídos estão atreladas não só a questões de segurança pública, mas também a graves problemas de saúde pública, representando um dos maiores desafios ambientais da contemporaneidade”, apontou o Promotor de Justiça Paulo Fernandes Medeiros Júnior, no texto da recomendação.

Além disso, o MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios, assim como de quaisquer artefatos pirotécnicos de efeitos sonoros e ruídos, bem como a ampla divulgação das legislações estadual e municipal e sobre a recomendação, por variados canais de comunicação popular. 

Por fim, a Prefeitura deverá enviar um relatório à Promotoria de Justiça local, informando as medidas adotadas em cumprimento à recomendação. O não atendimento dos termos importará na adoção de todos os atos aptos a fixar responsabilidade nas áreas criminal, civil e administrativa. 

A íntegra da recomendação pode ser consultada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do MPPE, do dia 23 de maio de 2025.

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