200 anos do Júri: MPPE promove espaço de interação e atualização sobre atuação em defesa da vida

16/12/2022 - A atuação perante o Tribunal do Júri é uma das funções mais icônicas e socialmente reconhecidas do trabalho do Ministério Público. Para marcar os 200 anos da instauração desse instrumento no Brasil, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizou, na quinta e sexta-feiras (15 e 16), o Congresso Estadual do MPPE 200 Anos do Tribunal do Júri: perspectivas e estratégias para uma atuação em defesa da vida. O Congresso foi realizado pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Criminais (CAO Criminal), com suporte da Escola Superior do MPPE.

Além de promover um debate entre os membros com atuação na esfera criminal, o evento trouxe um resgate das contribuições de personalidades jurídicas pernambucanas que marcaram a história do Direito Penal brasileiro.

"O Júri atrai a atenção da sociedade, é uma vitrine da atuação ministerial. E aqui temos a oportunidade travar uma troca de experiências fundamental para os membros se atualizarem com relação a esse trabalho de defesa da vida. Temos, em Pernambuco, muitos colegas que são referências nacionais da atuação do júri, além de palestrantes que vão engrandecer o nosso diálogo", destacou o procurador-geral de Justiça, Marcos Carvalho.

Segundo o coordenador do CAO Criminal, promotor de Justiça Antônio Arroxelas, o aperfeiçoamento profissional dos promotores que atuam perante o Júri é, antes de tudo, uma iniciativa de aproximação com a sociedade. "Nós estamos à frente desse trabalho de defesa das vítimas e da sociedade. Aprimorar o nosso conhecimento traz, como consequência, uma melhor prestação de serviço à coletividade em prol do bem maior do ser humano, que é a vida", ressaltou.

Já a promotora de Justiça  ngela Cruz, que planejou e deu início à execução do evento durante o período em que coordenou o CAO Criminal, destacou o momento histórico dos 200 anos do Tribunal do Júri, que foi instituído em junho de 1822 no Brasil, decreto do príncipe regente Dom Pedro I. "Pernambuco foi a casa do primeiro curso de Direito no Brasil e, neste evento, não podemos deixar de celebrar o peso desses grandes juristas formados no nosso Estado, que foi palco de tantos nomes da história jurídica nacional", afirmou.

O Congresso prosseguiu na quinta (15) com a apresentação das palestras "A racionalidade recursal no Tribunal do Júri e o Tema 1087 do STF", ministrada pelo promotor de Justiça Antônio Cordeiro Piedade, do MP do Mato Grosso, tendo como mediadora a promotora de Justiça Dalva Cabral e debatedores os promotores de Justiça Eliane Gaia e Antônio Arroxelas.

Nesta sexta, foram realizadas as palestras "Colaboração premiada aplicada ao procedimento do Tribunal do Júri", ministrada pelo promotor de Justiça Marcio de Carvalho, do MP de São Paulo, tendo como mediadora a promotora de Justiça Andrea Cavalcanti e debatedores os promotores de Justiça Fernando Camargo e Ivan de Andrade; “Técnicas de investigação de homicídio envolvendo organizações criminosas e provas digitais”, ministrada pela promotora de Justiça Simone do Nascimento, do MP do Rio de Janeiro, tendo como mediador o promotor de Justiça Emmanuel Pacheco e debatedores os promotores de Justiça Eduardo Aquino e Russeaux de Araújo; e "Efeito Kuleshov: a arte de construir narrativas", ministrada pelo promotor de Justiça Danni Sales, do MP de Goiás.

 

200 anos do Tribunal do Júri

 

Veja também, a reportagem feita pela TV MPPE.

 

Últimas Notícias


PAULISTA
Júri acolhe argumentos do MPPE e condena policial militar que matou esposa no bairro do Janga em 2013
Fotografia da Promotora de Justiça dando entrevista para imprensa
"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes

 

13/06/2025 - Em sessão realizada na quinta-feira (12), os integrantes do Tribunal do Júri de Paulista seguiram integralmente a tese do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenaram o policial militar reformado Dário Angelo Lucas da Silva a um total de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado por matar sua esposa a tiros no bairro do Janga. O crime aconteceu há 12 anos.

"As provas do processo demonstraram a autoria e materialidade do crime, bem como as qualificadoras do motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, um crime cuja execução foi fria e calculada. No ano de 2013 não existia ainda a figura jurídica do feminicídio, razão pela qual essa qualificadora não pôde ser aplicada ao caso, mas percebemos que a dinâmica foi exatamente essa, um crime de ódio pela condição de mulher da vítima", resumiu a Promotora de Justiça Liana Menezes, que atuou como representante do MPPE no julgamento ao lado do Promotor de Justiça Ademilton Leitão.

O JULGAMENTO - A sessão do Tribunal do Júri teve início por volta das 10h50, quando o juiz Thiago Cintra fez o sorteio dos sete jurados.

De início, a defesa técnica do réu apresentou pedido pelo adiamento da sessão, alegando prejuízo ao contraditório motivado pela ausência de testemunhas arroladas pelos advogados. O magistrado, porém, indeferiu o pedido e deu início à ouvida da única testemunha arrolada pelo Ministério Público, que foi a mãe da vítima.

Na sua ouvida, a mulher traçou uma descrição da conduta violenta do réu e do receio que tinha de que o sentimento de posse dele com a sua filha escalasse para agressões físicas. Segundo ela, a personalidade controladora e as traições rotineiras do réu motivaram a vítima a decidir por encerrar o relacionamento, o que levou Dário Angelo a tramar a morte da companheira.

No seu depoimento, a mãe informou que a vítima e o réu viajaram de Ouricuri, onde moravam, até a cidade de Paulista, onde ambos passaram o fim de ano de 2012 no apartamento da mãe de Dário, no bairro do Janga. No dia 2 de janeiro de 2013, ele disparou duas vezes contra a vítima no quarto em que dormiam. Os dois filhos e a sogra da vítima estavam no local e se depararam com a cena do crime, enquanto o réu se apresentou à Delegacia de Plantão de Olinda, onde confessou a autoria do crime.

MANARI
Combate ao trabalho infantil é tema de palestra de representante do MPPE
Foto da população participante posando para foto no local do evento
Evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade


 

13/06/2025 - O Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, instituído pela Lei nº 11.542/2007, foi celebrado na última quarta-feira (11/6), em Manari, com atividades na Escola Municipal Maria Alzira Oliveira Jorge, no centro da cidade. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) esteve representado pelo Promotor de Justiça Paulo Fernandes, que realizou uma palestra sobre o tema.

O evento, promovido pela Secretaria de Educação de Manari e pelo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social do município (CREAS), ocorreu à tarde e contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre professores, estudantes, pais de alunos, conselheiros tutelares e a comunidade. 

O Promotor de Justiça Paulo Fernandes ressaltou a importância e a necessidade de abordar constantemente o tema a fim de discutir e garantir a proteção integral de crianças e adolescentes, sobretudo no atual contexto de desigualdades sociais. "É fundamental fortalecer o engajamento da sociedade e dos setores público e privado nessa luta", justificou o representante do MPPE.

Este ano, o slogan da Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil é "Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro" e visa estimular a sociedade a adotar práticas eficazes de enfrentamento a essa prática.

INAJÁ
MPPE recomenda medidas para coibir poluição sonora e uso de fogos de artifício com estampido
Fotografia de fogos de artifício explodindo no ar
MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios

 

13/06/2025 - O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) emitiu, por meio da Promotoria de Justiça de Inajá, no Sertão, recomendação à gestão municipal para reforçar o cumprimento da legislação ambiental e estadual relacionada à não-utilização de soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos que produzam ruídos sonoros e estampidos, durante as festividades juninas.

O documento ressalta que grupos vulneráveis, como pessoas hospitalizadas, crianças, idosos, autistas e animais, são prejudicados pelo barulho excessivo, e ressalta que existem alternativas mais modernas e silenciosas disponíveis no mercado. Recomenda, ainda, a realização de ações educativas para conscientizar a população sobre as leis municipais e estaduais que tratam sobre o tema.

“As emissões de ruídos estão atreladas não só a questões de segurança pública, mas também a graves problemas de saúde pública, representando um dos maiores desafios ambientais da contemporaneidade”, apontou o Promotor de Justiça Paulo Fernandes Medeiros Júnior, no texto da recomendação.

Além disso, o MPPE orienta que sejam promovidas ações fiscalizatórias e preventivas quanto à comercialização de fogos de estampidos e de artifícios, assim como de quaisquer artefatos pirotécnicos de efeitos sonoros e ruídos, bem como a ampla divulgação das legislações estadual e municipal e sobre a recomendação, por variados canais de comunicação popular. 

Por fim, a Prefeitura deverá enviar um relatório à Promotoria de Justiça local, informando as medidas adotadas em cumprimento à recomendação. O não atendimento dos termos importará na adoção de todos os atos aptos a fixar responsabilidade nas áreas criminal, civil e administrativa. 

A íntegra da recomendação pode ser consultada no Diário Oficial Eletrônico (DOE) do MPPE, do dia 23 de maio de 2025.

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